Review | Fuller House [Season 1]

Nota
4

“Tenha Piedade!”

D.J. Tanner-Fuller perdeu seu marido a pouco tempo, passando a viver com seus três filhos (Jackson, Thomas e Max) na casa de seus pais. Mas quando Danny Tanner recebe uma grande proposta de emprego, é chegado o momento de a família se separar, indo Danny, Jesse KatsopolisJoey Gladstone cada um para o seu lado, mas a casa de San Francisco foi feita para unir famílias, e é nesse momento dificil que Stephanie Tanner, a irmã mais nova de D.J., e Kimmy Gibbler, sua melhor amiga de adolescência, resolvem se mudar novamente para a casa onde cresceram e ajudar a dona de casa.

Repetindo os passos iniciados 30 anos antes, quando Danny ficou viúvo e precisou chamar seu irmão e seu melhor amigo para ajuda-lo a criar suas três filhas, é chegado o momento de uma nova geração da família Tanner enfrentar os mesmos desafios. D.J. assume o papel de Danny, se tornando viuvá quando seu marido, um bombeiro, morre em serviço. Assim como o sedutor ‘Tio Jesse”, Steph chega para ajudar sua irmã mais velha a dar conta da família, largando uma vida de festas e, vagarosamente, investindo na sua carreira de cantora em detrimento da sua carreira de DJ internacional. Já o papel de Joey, do melhor amigo que precisa de um lar, fica nas mãos de Kimmy, uma mãe divorciada que resolve vir morar de verdade na casa dos Tanner (como se ela já não morasse lá desde a década de 90), que agora se torna oficialmente a casa dos Fuller. Assim como o elenco adulto é substituído pelo antigo elenco infantil de Full House, os postos infantis também são substituídos, com a chegada de Jackson para substituir D.J. como o irmão mais velho que começa a sofrer com a chegada dos moradores extras, Max sendo o irmão do meio, assim como Steph, que é obrigado a conviver com sua irmã mais velha e a, consequentemente, faze-lo sofrer, e Thommy sendo o bebê da casa, assim como Michelle era antigamente.

Fica claro que o objetivo de Fuller House não é simplesmente ser um revival que segue os eventos da série que se finalizou em 1995, ele volta à casa dos Tanner 20 anos depois para nos emergir novamente na vida dos herdeiros dessa família. A série acaba se tornando basicamente um remake da série clássica, colocando seus personagens na mesma posição de seus antigos protagonistas, substituindo os postos e trazendo novas tramas extremamente cativantes, que traz de volta todos os personagens de antigamente (ou quase todos, né Michelle). Candace Cameron Bure volta para o papel de D.J. mostrando uma evolução visível, a atriz consegue assumir a responsabilidade de guiar praticamente todas as tramas da temporada sem deixar a peteca cair, tendo tanto espaço de tela que rapidamente nos acostumamos com essa nova face da D.J., uma mãe responsável, uma veterinária competente e uma solteira desatualizada. Para fazer par com Candace temos dois pontos que definem bem a nova série: de um lado está Scott Weinger, que volta a série como Steve Hale, o namorado do colegial de D.J. que segue apaixonado pro ela, o casal que tanto amamos voltando à tela 20 anos depois ainda com a química que nos conquistou antigamente; mas D.J. também tem um pretendente que representa a nova fase: John Brotherton, interpretando Matt Harmon, o filho do dono da veterinária onde D.J. trabalha, que chega na cidade para trabalhar ao lado da Dra. Fuller e que acabam se apaixonando. Esse triangulo amoroso resume bem o espirito da série, que flerta o tempo todo com o passado e o presente, recriando cenas marcantes do passado, relembrando momentos que marcaram o passado e, as vezes, dando seguimento a tramas que ficaram lá atras, ao mesmo tempo que criam uma nova trama, com novas consequências, novas cenas marcantes e, bastante, piadas com a escolha das Irmãs Olsen de não voltar para o elenco da série.

Seguindo com o elenco de retorno, temos a volta de Jodie Sweetin para viver a doce Steph, agora muito mais jovial e desprendida, a Tia Steph chega como maior reforço braçal na vida de D.J., é dentro dessa casa que a jovem começa a redescobrir sua essência, lembrando da sua doce infância, reencontrando o sentido de família e tendo que tirar seus esqueletos do armário e enfrentar seus demônios, a garota cresceu e precisa agora amadurecer, encarar o fato de ser estéril e de que nunca vai poder realizar seu sonho materno, mas quem disse que uma tia não pode ser uma segunda mãe? É isso que garota começa a aprender, vivendo uma curvilineá evolução que, entre altos e baixos, exploram seu amadurecimento em contraste com sua eterna juventude. Já Andrea Barber volta com todo o estilo invasivo e esquisito de Kimmy, ela precisa lutar para dar conta de seu emprego, como produtora de eventos, ao mesmo tempo que precisa lidar com seu, sempre galanteador, ex-marido e tentar, com todas as forças, ser uma boa mãe, o que a faz vir para a casa onde cresceu e, atenciosamente, aprender com D.J. como ser uma boa mãe Tanner. É através de Kimmy que temos dois novos personagens, que nos cativam assim como a velha garotinha invasiva: Fernando Ramona. De um lado temos as participações de Juan Pablo di Pace, que vive o ex-marido de Kimmy, um latino sedutor que vive querendo reconquistar a moça esquisitona ao mesmo tempo que tenta se redimir por todas as vezes que a traiu durante o casamento, protagonizando cenas hilárias de tentativas e erros do galã. Já Ramona, a filha Gibbler, é vivida pela divertida Soni Nicole Bringas, que encorpora bem a cara de pau que sua personagem demanda, protagonizando cenas de guerra e amizade constante com Jackson, os tornando quase como irmãos e, inevitavelmente, a colocando dentro dessa inusitada família.

Mas o elenco de novatos não é composto apenas por Fernando, Matt e Ramona, temos ainda os três filhos de D.J., ou seriam quatro? O mais velho, Jackson, é vivido pelo malicioso Michael Campion, que dá um show como a nova D.J. e consegue nos conquistar com seu jeito sem noção, sendo o perfeito irmão mais velho que gosta de mostrar sempre sua superioridade mas não deixa de proteger seus irmãos, e aos poucos essa proteção se estende para Ramona, que mesmo vivendo uma briga territorial com o garoto, rapidamente se torna fraternalmente protegida. O irmão do meio, Max, ficou a cargo do encantador Elias Harger, o jovem Fuller é doce, cativante, inteligente e uma maravilhoso alivio cômico capaz de dar aquele toque de humor final em qualquer cena de drama, algo que é inevitavelmente necessário até numa série onde comédia é seu prato principal. Por último temos os fofíssimos Dashiell Messitt e Fox Messitt, os gêmeos que, assim como aconteceu com Mary-Kate e Ashley, dividem o papel do caçula da família, que está ali só para completar a cota de fofura do programa e ser envolvido nas diversas presepadas dos moradores daquele lar. Além do elenco principal, temos ainda as, incrivelmente nostálgicas, participações de Bob SagetJohn StamosDave CoulierLori LoughlinBlake Tuomy-WilhoitDylan Tuomy-Wilhoit, que voltam ora ou outra para a série apenas para dar uma dose nostálgica e lembrar que, mesmo distante, a família Tanner ainda é a família Tanner, mesmo que agora ela tenha assumido o sobrenome Fuller.

Lançado pela Netflix em 26 de Fevereiro de 2016, com uma primeira temporada composta por treze episódios de cerca de 30 minutos, o show criado por Jeff Franklin e produzido por John Stamos é praticamente uma versão feminina de Full House, enquanto o show do passado mostrava três solteirões lidando com uma família que só faz crescer, a nova versão traz três solteironas lidando com os mesmos problemas vestindo sobre uma nova roupagem, e com bastante atualizações e contextualizações. Nostalgia, essa é a palavra de ordem do revival, fica claro que os roteiristas quiseram investir com tudo em trazer à tona a série antiga, principalmente ao usar uma premissa muito semelhante e até flashbacks com cenas do antecessor e, por incrível que pareça, isso funcionou muito bem, claro fica aquele ar que ficou faltando algo, que não está engraçado o suficiente ou que não é exatamente a mesma sensação que sentíamos assistindo ao original. A temporada inteira é uma jornada no tempo, que nos faz engolir tudo em tempo recorde mas deixa uma pergunta no final: até quando Fuller House vai sobreviver se continuar se desenvolvendo apenas de remontar o enredo de uma série dos anos 90?

 

 

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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