Review | Game of Thrones [Season 2]

Nota
5

Game of Thrones é o programa inspirado na aclamada série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo ou The Song of Ice and Fire, escrita por George R. R. Martin. A série carrega o nome do primeiro livro da série, gira em torno do Trono de Ferro, em Westeros,  e conta com uma trama de intrigas e conflitos em busca daquele que irá se sentar no trono e governar os 7 reinos, ou conseguir a liberdade de sua influência.

A segunda temporada de Game of Thornes é marcada pela chamada Guerra dos Cinco Reis, iniciada após a decapitação de Ned Stark (Sean Bean) a mando  de Joffrey Baratheon (Jack Gleeson), o rei de Porto Real. Com isso, Robb Stark (Richard Madden), filho primogênito de Ned e Catelyn Stark (Michelle Fairley), torna-se o Rei do Norte e marcha com seu exército em busca de justiça. Paralelamente, temos a divisão entre os irmãos do falecido rei Robert Baratheon (Mark Addy), Stannis (Stephen Dillane), que acredita ser o verdadeiro herdeiro do trono, e Renly (Gethin Anthony), o irmão mais novo que busca se mostrar digno. Ainda nas Ilhas de Ferro, temos a presença de Balon Greyjoy (Patrick Malahide), pai de Theon (Alfie Allen), que resgata o título antigo de Rei das Ilhas de Ferro, abençoado pelo Deus Afogado, e deseja expandir seu controle.

Essa é a temporada que mostra o verdadeiro desenrolar do jogo político que a temporada passada iniciou, sendo o momento em que Tyrion Lannister (Peter Dinklage) passa a ter seu papel ainda mais desenvolvido, podendo mostrar toda a extensão de suas habilidades mentais. Toda sua desenvoltura em relação ao jogo da corte é mostrado e se torna surpreendente cada reviravolta planejada previamente pelo personagem. É também em Porto Real onde temos o desenrolar das consequências das decisões de Sansa (Sophie Turner), que levaram ao final de seu pai na temporada anterior, e seu desejo infantil de ser a rainha. Vemos o modo como ela começa a se envolver, mesmo não querendo, no modo de vida deste mundo e sentir o peso de suas decisões se voltarem contra si.

É o momento de começarmos a ver a personagem dar início do seu processo de amadurecimento. Ao contrário de sua irmã, Arya (Maisie Williams) foge de Porto Real e se disfarça de garoto, tenta ir em direção À Muralha para procurar a ajuda de seu irmão Jon Snow (Kit Harington), agora intendente da Patrulha da Noite, os homens que defendem o sul d’A Muralha de tudo aquilo que possa ser uma ameaça vinda do extremo-norte, como é o caso dos selvagens que iniciam sua marcha liderados pelo Rei-para-lá-da-Muralha, o Mance Rayden. Nessa busca por seu irmão, Arya começa a perceber os perigos que a cercam e o mundo como ele realmente é.

Passando as terras de Essos, temos a agora viúva Daenerys (Emilia Clarke) rumando com seu khalasar e seus novos dragões em direção a Qarth, tentando se mostrar digna de ser chamada de Khaleesi. O seu desenvolvimento é mostrado desde o surgimento de seus dragões e a forma como deve lidar com eles até como passar a ser vista como governante. Aqui, é possível ver suas dificuldades em manter esse posto, já que, até a morte do seu irmão e posteriormente de seu marido, sempre tinha um homem com uma posição superior a sua, porém agora ela é a verdadeira dona de seu destino e líder de um povo.

Nesta temporada, somos apresentados a novos personagens que logo caem nas graças do público, cada qual da sua maneira, entre eles a que mais se destaca é Brienne de Tarth (Gwendoline Christie), cavaleira apaixonada por Renly Baratheon, que acaba por ter um desenvolvimento maior ao ter sua vida entrecruzada com a de Jaime Lannister, o Regicida (Nikolaj Coster-Waldau). Ainda é necessário falar da Sacerdotisa Vermelha, Melissandre (Carice van Houten), que acredita que Stannis é a reencarnação de Azor Ahai e o aconselha e ajuda em sua empreitada atrás do Trono de Ferro. Por último, a dona de uma das frases que acabaram se tornando símbolo de GoT tem sua estreia nessa temporada, a selvagem Ygritte, que flecha a todos com seu carisma e a icônica frase: você não sabe nada, Jon Snow. A personagem traz um pouco das chamas de seus cabelos para aquecer a todos no meio do intenso inverso do Além-da-Muralha.

Game of Thrones continua mostrando a que veio. Com uma capacidade técnica cada vez melhor, e uma escolha de elenco fantástica, é possível nos primeiros instantes de cada episódio entender a razão de toda a euforia por trás da aclamação popular que a série carrega. Nada é por acaso em GoT, nenhum movimento é desnecessário ou desperdiçado, e como diria a Rainha Regente Cersei Lannister (Lena Headey): quando você joga o jogo dos tronos, você ganha ou morre.

 

Pernambucano, jogador de RPG, pesquisador nas áreas de gênero, diversidade e bioética, comentarista no X, fã incontestável de Junji Ito e Naoki Urasawa. Ah, também sou advogado e me arrisco como crítico nas horas vagas.

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