Nota
Após o casamento de Will com Emma Pillsbury (Jayma Mays), os alunos buscaram seus caminhos e seguiram seus sonhos, seja com a faculdade ou com conclusão de um ciclo em suas vidas. Muitos não conseguiram realizar seus sonhos de primeiro momento, mas mantiveram sempre uma faísca acesa para continuar percorrendo seus caminhos. Rachel foi admitida em NYADA e, com isso, percebe que terá diversos obstáculos em seu caminho para melhorar sua voz até sua dança.
No Mckinley, um novo ciclo se inicia, e com ele temos os veteranos do Glee se aproveitando da fama de ter ganhado as nacionais no último ano, o que resulta na chegada de novos integrantes para o Novas Direções, formando o novo grupo se forma para as grandes competições de coral. Kurt e Finn não foram admitidos na NYADA, o que faz Rachel precisar seguir seu sonho sozinha, tendo que lidar com a saudade de sua antiga vida. Brittany é expulsa das Cheerios por Sue, por ser um mal exemplo para as outras lideres após tirar notas baixas, o que, somado à ausência de Santana, a faz entrar numa crise emocional,tentando se encontrar novamente na música.
Marley Rose (Melissa Benoist), Jake Puckerman (Jacob Artist), Kitty (Becca Tobin), Ryder Lynn (Blake Jenner) e Wade Adams (Alex Newell) são novos rostos que chegam para dar uma nova personalidade ao clube do coral. Eles chegam buscando um status social dentro do McKinley, mas acabam indo parar dentro da sala do coral por suprir as lacunas deixadas pelos membros anteriores e, obviamente, por serem excluídos. Ryan surge nessa temporada tentando trazer novos personagens, mas mantendo características dos ex-membros do coral, talvez para, de alguma forma, tentar manter a audiência da série, porém a ideia não rendeu bons frutos, vemos o showrunner se perder dentro do seu próprio projeto, o que resulta na troca da equipe de roteiristas para dar continuidade a série. Alguns dos novos personagens de um reality criado pelos mesmos produtores e diretores do Glee, que após sua finalização trouxe os novos atores amados pelo público. Glee também passou a ter um foco maior em Nova York, onde alguns dos antigos membros do Novas Direções se fixaram, vemos Kurt indo morar com Rachel, e insistindo nos seus sonhos, o que o levou a um trabalho na VOGUE enquanto tenta, novamente, entrar na NYADA.
No McKinley, vemos Marley Rose, a filha da cozinheira, tentando se encaixar de alguma forma nesta escola, mesmo lutando contra o Bullying constante, e é no coral onde a mesma vai se permitindo amar e ser amada de forma verdadeira. Jake Puckerman, o irmão do Puck, parece querer seguir os passos do irmão, assumindo uma personalidade de durão e buscando sempre se manter no topo da cadeia alimentar do colégio. Kitty chega sendo claramente uma mistura da Quinn com a Santana, mas acaba desenvolvendo seu lado humano dentro do clube glee, descobrindo paixões, medos, entre outras coisas. O quarteto amoroso é fechado por Ryder Lynn, um jovem romântico e descolado que busca o melhor na música e no seu violão dentro do clube glee, tentando sempre conquistar o coração de Marley e desenvolvendo um espirito de líder, capaz de guiar o coral a um novo mundo.
Wade Adams chega com uma gigantesca personalidade, e num corpo que ele não se identifica, ele é a “Unique”, uma diva cheia brilho, carisma e um teor artístico incrível para música, e é lutando contra a transfobia que ela descarrega todo esse sentimento no seu escape, a música. Em Nova York conhecemos Brody, o garanhão de NYADA que se apaixona por Rachel, mas ao longo da temporada entendemos que esse casal não tem futuro por conta da vida secreta de Brody, o grande segredo sobre como o jovem se mantém financeiramente em NY.
Ryan resolveu tratar nesta quarta temporada uma temática muito importante: atentados dentro da escola, algo que na época estava acontecendo de forma constante e que eram movidas pelo bullying. Resultando em um episódio polêmico, com muita comoção do público, mas que pode explorar melhor as emoções de seus personagens, que vivenciavam o momento e transmitiam a emoção ao público na dosagem certa de cada acontecimento, uma experiencia considerada rara na TV que levou muitos a serem transportados e desenvolver empatia com o próximo. O problema maior foi quando a situação toda foi revelada como um acidente causado por Becky, que disparou sem querer a arma de Sue, e fez Ryan receber algumas críticas por usar um falso atentado, mesmo que o mesmo servisse como forma de conscientização para o mundo.
Sendo sincero, o que realmente manteve a temporada no auge foram as músicas escolhidas para trilha sonora, singles que bombavam no hot 100 da Billboard e novos artistas que apareceram para dar o ar da graça, porém sem nunca fugir do roteiro. A temporada trouxe hits como “Call Me Maybe”, de Carly Rea Jepsen, “Give Your Heart a Break”, de Demi Lovato, “How to Be a Heartbreaker”, marco da carreira de Marina, e “Clarity”, faixa de Zeed que mudou o cenário dos DJ’s. Tivemos ainda mais uma participação especial de Britney Spears, em Britney 2.0 (4×02), onde vimos novamente diversos hits da cantora dentro da série, e Wonder-ful (4×21), que traz homenagens a Stevie Wonder, chegando ao ápice ao interpretar “For Once in My Life” e “Uptight (Everything’s Alright)”, grandes faixas que marcaram sua carreira.
Mesmo com diversas falhas e a falta de foco, a quarta temporada foi, de certa forma, rica musicalmente, trouxe temas importantes que nunca foram abordados em séries de TV. Glee mostrou um amadurecimento cheio de falhas, que forma perceptíveis ao expectador, e a adição de novos personagens que poderiam ter sido grandiosos se não fosse por suas essências e personalidades, fica claro que manter as personalidades antigas não foi uma boa jogada. Ryan provou que precisava de novos olhares para enriquecer seu roteiro e a direção do projeto, mantendo a essência da série através das mensagens de motivação, forças e sonhos, mas sofrendo da falta de criatividade e do desespero dos executivos em manter audiência.
Luiz Eduardo
Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.