Review | Gossip Girl [Season 3]

Nota
4.5

“Cai na real, Blair. Uma vez, em um reino distante, você foi rainha. Aqui você vai ser uma eterna desajustada.”

Ah, o verão! Época de descobertas, amores e, claro, escândalos. Mas até mesmo a época mais quente do ano precisa chegar ao fim, principalmente quando um novo desafio está espreitando na próxima estação. Os jovens mais badalados do Upper East Side estão prestes a ingressar em seu primeiro semestre na faculdade, apenas para descobrir que nada poderia ser mais diferente que seus dias nas escolas que dominavam.

Blair Waldolf (Leighton Meester) está acostumada a ser a rainha soberana e está determinada a estender seu reinado à Universidade de Nova York, mas percebe que seus jogos e esquemas estão longe de funcionar… Principalmente quando a popularidade universitária está mais voltada para pessoas como Dan (Penn Bradley) e Vanessa (Jessica Szoht).

Jenny Humphrey (Taylor Momsen) começa seu reinado como a nova rainha da Constance, visualizando um futuro promissor longe das tiranas que tanto atormentaram seu caminho… Mas percebe que o peso da coroa pode ser maior do que imaginava. Enquanto isso, Serena (Blake Lively) retorna de sua viagem à Europa, repleta de escândalos e com um segredo obscuro que pode abalar de vez a família van der Woodsen.

Com retorno de velhos inimigos e relacionamentos inesperados, Gossip Girl entra em seu terceiro ano trazendo novos ares para a trama adolescente que conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo. Abandonando os laços com o colégio, a série tenta abordar um crescimento em seus personagens enquanto mantém o cerne que tanto amamos ao longo da narrativa.

Josh Schwartz e Sthefanie Savage conduzem a temporada com maestria, aproveitando as deixas levantadas na temporada anterior. Os segredos familiares e as consequências em cada história ganham um peso enorme na trama, funcionando com um espaçamento necessário para não tornar a serie cansativa e repleta de informações desnecessárias.

A inversão de status e a corrosão provocadas por eles são um tema recorrente no novo capítulo, trazendo aspectos interessantes para a série. A distorção dos padrões já estabelecidos e as dúvidas sobre a evolução de cada um levantam questionamentos interessantes, que povoam a narrativa. Seja pela transformação de personagens, ou a necessidade em encarar algo que nunca imaginaram, tudo aqui é construído para engrandecer seu crescimento e mostrar a podridão por trás do glamour e das festas.

Não é a toa que personagens que achávamos conhecer mudam de rumo condizem se verem confrontados com sua nova realidade, trazendo mudanças precisas que ainda conduzem com as personas apresentadas nas últimas duas temporadas. O dilema familiar é outro ponto chave da temporada, que transporta seu publico por enredos bem construídos e repletos de reviravoltas no que realmente significa ser uma família.

Serena se encaixa em ambos casos. A loira traz escolhas interessantes para a trama ao tentar explorar seu próprio caminho, de maneira independente e longe daquilo que esperam para ela mas, ao longo da narrativa, ela retorna a seu modo operante que joga por terra tudo aquilo que construiu ao longo da temporada. Os questionamentos sobre lealdade familiar e suas emoções avassaladoras entram em colapso com tudo aquilo que S lutou, trazendo um ar irritante e teimoso que pouco evolui nos episódios.

Blair não sabe mais quem é. A abelha rainha da Constance passa por sérios problemas ao tentar se encaixar em seu novo ambiente, o que a leva a inúmeros questionamentos sobre quem ela é e o poder que ela exerce. Não é a toa que B passe boa parte da trama tentando se encaixar em esquemas que não são seus, revisitando assim seu passado para não encarar o seu presente. O relacionamento com Chuck ganha novas camadas que começa a criar raízes, construindo dilemas oportunos e questionamento palpáveis sobre lealdade e confiança. Leighton está ainda mais confortável na personagem, mostrando toda sua insegurança e fragilidade enquanto nos diverte com seu cinismo incontrolável. Não existe ninguém melhor para viver B.

Chuck (Ed Westwick) tem uma das narrativas mais maduras da trama, enquanto apresenta fragilidades emocionais e uma perseverança gratificante. Toda sua jornada é voltada a sair das sombras do pai e lutar pelo seu próprio império, o que o torna ainda mais desconfiado e fechado ao mundo, e sobre sua constante luta em encarar seus sentimentos mais pesados. Nate (Chace Crawford) mergulha de cabeça no universo político de sua família, passando a agir e maquinar como eles (algo que sempre detestou) o que mostra o poder de influência e o quão podemos ser transformados por aquilo que menos esperamos.

Dan e Vanessa trazem tramas interessantes, mas não tão marcantes, embora sirvam de balanço moral para outros personagens. Vanessa até consegue um arco mais relevante ao perceber o quanto seu ambiente a desvirtuou de seus valores, e ao se tornar uma parte importante no enredo de Scott Rossom (Chris Riggi), um dos ganchos deixados pela temporada anterior que finalmente encontra sua resolução aqui.

Jenny Humphrey é uma das personagens que mais se modificou ao longo da temporada. A pequena J entra em uma espiral destrutiva que agrava questões que já conhecíamos das temporadas anteriores, mostrando consequências profundas e polêmicas que servem como aviso de que tudo tem limite… Até mesmo para ser uma malvadeza. Taylor Momsen entrega com maestria todo o peso que a personagem precisa, nos mostrando sua decadência e seu caminho tortuoso até o fundo do poço, de uma maneira impecável e dolorosa. É dela uma das cenas mais emblemáticas da temporada, e é com ela que percebemos que nem tudo que desejamos é o que precisamos.

A temporada ainda apresenta mais momentos da maravilhosa Georgina (Michelle Trachtenberg), e nos apresenta um novo de Carter (Sebastião Stan), que trazem ótimas dinâmicas à história. Ainda temos a participação de Lady Gaga (em uma pequena aparição) e Hillary Duff, que entra na trama como Olivia Burke, uma famosa estrela de cinema que deseja estudar na Universidade de Nova York, longe dos holofotes. Dorota (Zuzanna Szadkowsko) ganha ainda mais presença ao longo da narrativa, trazendo não só seu alívio cômico esplêndido, mas reafirmando aquilo que sempre soubemos: não seria a mesma coisa sem ela.

Trazendo questões familiares latentes e uma eterna busca sobre quem somos, a terceira temporada de Gossip Girl da os primeiros passos para o amadurecimento de seus personagens, em uma trama instigante e deliciosa digna de seus luxuosos padrões. Embora apresente problemas ocasionais, a narrativa prende seu expectador e nos deixa empolgados a cada nova virada, nos mostrando que ainda existe muito a explorar e que nem tudo será como imaginávamos.

“Quando é que você vai aprender, meu amor? Alguns segredos não ficam escondidos.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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