Nota
“Os homens sempre acabam se dando mal.
Não é, Dorothy?”
Depois de participar de diversos golpes, Edamura decide abandonar a gangue e voltar ao Japão, onde pretende reconstruir sua vida, arrumando um novo trabalho, que ele achava ser honesto. Trabalhando na Empresa Scarlet, o garoto descobre que tudo não passava de um plano de Laurent, que o infiltrou dentro de uma organização fachada para tráfico de crianças e financiamento da máfia. Agora cabe ao grupo lutar contra a poderosa Akemi Suzaku e derrubar uma maléfica organização criminosa.
Desde o final da primeira temporada da série, um grande mistério foi deixado no ar com o anel de Laurent, o que pareceu ser uma grande pista do passado do francês e nos deixou com a curiosidade sobre quem é Dorothy, mas as respostas a essas perguntas ainda não estavam no momento certo de serem dadas. A segunda temporada de Great Pretender chega em 25 de novembro com seus nove episódios, que são completamente focados em um único caso, “Wizard of Far East”, onde somos levados a fundo na Associação Suzaku, a empresa para a qual o pai de Edamura trabalhava quando foi preso. Chegando num limiar perigoso, a nova temporada de Great Pretender coloca seu protagonista para encarar o bicho-papão que sempre assombrou sua infância: os crimes do seu pai, e é justamente nesse momento que temos a chance de ver uma grande reviravolta na personalidade de Edamura, começar a enxergar muito mais a fundo a obscuridade de sua terra e tentar viver uma redenção ainda maior.
Apesar de começarmos a temporada com uma gigantesca expectativa, acreditando que finalmente conheceríamos o passado de Laurent, a série acabou trazendo uma grande reviravolta ao nos apresentar Oz, o interprete do Shanghai Longhu-bang, que muda completamente o jogo e faz a trama entrar numa ascendente insana, nos apresentando bem mais sobre quem se tornou o jovem Edamura, sobre o quanto o mundo do crime o transformou numa pessoa bem melhor, sobre o quanto existe um coração por trás da dura armadura de Abbie, o quanto existe um boa índole por trás da grande barreira de Edamura, e o quanto existe fragilidade por trás da perfeita mascara de Laurent. Mas tudo se torna ainda mais espetacular quando chegamos no ponto chave em que a trama de Oz e Edamura se cruza com a trama mais esperada: o passado de Laurent e a revelação sobre quem é Dorothy.
O Wit Studio vai mais fundo do que nunca no roteiro de Ryōta Kosawa, mostrando novas facetas para os personagens que achamos já conhecer, o que os faz ver que eles são muito mais densos do que imaginávamos, e apresentando novos personagens tão interessante e cheios de camadas quanto os protagonistas. Somos levados a ver as camadas por trás de Oz e de Akemi, vendo que até os maiores vilões podem ter sentimentos e uma dor marcando em seu peito, e que nada é por acaso em toda essa história, tudo sempre culmina em uma gigantesca reviravolta que nos prova que nada é o que realmente achávamos.
Enquanto a primeira temporada do show foi muito raso em seus ‘vilões’, a segunda temporada mostra uma evolução palpável ao explorar cada uma das figuras que antagonizam o grupo dos vigaristas, revelando até pequenos fatos sobre seu passado e construindo uma certa humanidade para eles, o que dá um espaço maior para trazer mais de um ‘vilão’ como vítima do golpe, ou melhor, deste que se revela ser o grande golpe, que se mostra até ser o golpe para o qual Edamura estava sendo treinado todos esses últimos anos. Com um ritmo mais lento do que o ano anterior, a segunda temporada de Great Pretender nos apresenta muito mais arcos, que prendem a atenção ao mesmo tempo que vão transitando o tom da história a cada nova reviravolta.
“Quem vacila fica para trás. É cada um por si aqui.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.
