Review | Ilha de Ferro [Season 1]

Nota
3

Na série brasileira, produzida pelo serviço de streaming da Globo, conheceremos Dante, uma  petroleiro que está confiante de que será o próximo gerente da plataforma D-137, porém Júlia Bravo, a filha do Ministro de Minas e Energia, é convidada a ser a gerente de plataforma, o que acaba trazendo desconforto a todos que trabalham no ambiente, principalmente o Dante. A vinda da moça para a D-137 revela o machismo e o preconceito no ambiente e mostra a tensão sexual presente entre Julia e Dante (o que já é de se esperar). Em meio a isso, conheceremos a vida dupla dos petroleiros que passam semanas confinados na Ilha de Ferro enfrentando riscos e desafios. Em alto-mar, eles são heróis, no continente, não podemos dizer o mesmo.

Se pensarmos no ambiente que Ilha de Ferro se passa, podemos ter certeza de que seremos surpreendidos a todo momento, afinal, numa plataforma de petróleo no meio do mar, qualquer problema pode pôr em risco a vida de todos que trabalham ali. E acontece isso, pelo menos no 1º episódio. Se você piscar, com certeza vai perder algo, seja uma briga, uma tensão sexual, uma cena de sexo (e são muitas!). A série sofre com uma ansiedade por parte da produção, tudo é rápido, desde a direção (o que não é ruim) até a apresentação das histórias, o drama, a ação, o terror, suspense (isso, sim, é ruim). No fim, a produção faz uma mistura de gêneros e acaba deixando tudo muito confuso.

Para o telespectador, fica evidente que a plataforma é como um refugio para os que trabalham/vivem lá. E podemos perceber que não há descanso algum e não há suavização em suas rotinas. Não vemos muito da vida deles fora daquele ambiente, somente os protagonistas, o que pode tornar o drama um pouco cansativa. Dante tem um relacionamento abusivo com a Leona (Sophie Charlotte), que está sempre drogada, desarrumada, descabelada, mostrando uma vida triste. E ainda tem o irmão, o Bruno (Klebber Toledo), que completa o triângulo amoroso entre Dante e Leona. Como refúgio, temos o Dante apaixonado pela Júlia (Maria Casadevall), uma mulher forte e destemida. Os outros personagens estão perdidos no meio da trama e dificilmente saberemos algo sobre eles ou sobre quem são fora da plataforma.

A dualidade entre a plataforma e a vida fora da ilha de ferro é o que prende o telespectador, mas isso só acontece com a vida de Dante, e os altos e baixos de seu relacionamento, o que chega a cansar em diversos episódios, mostrando-nos uma construção rasa em relação aos personagens e suas histórias fora da plataforma.

Com um enredo novelesco, Ilha de Ferro poderia ser uma superprodução, mas se perdeu no seu desenvolvimento. A dúvida que fica é: será que há possibilidade de melhora, principalmente depois das superproduções do serviço de streaming? A gente espera que sim. Preferimos acreditar que haverá um amadurecimento na produção e que as próximas temporadas se aprofundarão nas tramas que faltaram ser abordadas.

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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