Nota
Depois de matar Christian Keene e Stella Rose, Patty Bladell precisa seguir sua vida e se preparar para a próxima fase do concurso de miss, enfrentar Roxy Buckley e lutar para chegar ao tão sonhado Miss Universo, mas talvez nem a ajuda de Bob Armstrong seja capaz de salvar Patty, talvez a morte esteja ao redor da garota, talvez ela tenha nascido para ser uma assassina e cabe à miss e seu preparador esconder o rastro de sangue que a ex-gorda deixa por onde anda. A morte que circunda Patty não impacta só na vida da garota, mas sim na vida de todos, e é justamente essa reviravolta que começa a se desenrolar nos dias que marcam a trilha até o Miss American Lady.
Depois de todos os deslizes de uma primeira temporada executada aos trancos e barrancos, a nova temporada de Insatiable deveria (e parecia) ser sobre redenção, mas como diz o velho ditado: a fruta não cai longe da árvore. A nova temporada da série começa com o pé direito, explorando mais a fundo uma personalidade menos caricata para Coralee e Bob Barnard, criando um plano de fundo mais obscuro para Dee Marshall, e deixando de lado todo o drama complicado envolvendo Nonnie Thompson, Magnolia Barnard e Brick Armstrong, que apesar de serem ótimos atuando foram jogados em bolhas de enredo que não lhes caiu bem.
Mas o começo tomando rumo não é suficiente, não importa o quanto a trama de Andrew Fleming tome rumo, sempre vai haver uma má escolha que vai botar tudo a perder, e essa má escolha começou em “Boomerang” (2×03), quando a redenção tortuosa de Patty, que estava começando a ficar interessante quando a trama começou a falar sobre Distúrbios Alimentares e começou a deixar a gordofobia de lado para abraçar à conscientização, desandou completamente e as maravilhas construídas até então foram destruídas no instante em que o suposto pai de Patty surge na trama, deixando a loirinha fora do ar e dando a sua trama uma exagerada dose de falta de lógica.
A morte de Roxy é tão irrelevante no decorrer da trama que nos vemos rapidamente esquecendo da garota, assim como o roteiro, e sentindo impacto nenhum com o decorrer da investigação, além de total desinteresse em saber quem a matou, e é justamente isso que a série quer. A morte é o assunto principal dessa temporada, o sangue é jogado de forma tão banal e os assassinatos são feitos de uma forma tão natural que não sentimos impacto nenhum com as dezenas de morte que envolvem a trama, o que foi uma péssima escolha dos roteiristas e, principalmente, uma gigantesca pá de terra para afundar de vez a série. O show tenta repetir o conceito de ser uma sátira do universo de concursos de beleza, de uma forma extremamente surtada, mas é justamente por isso que a série extrapola os limites e se torna abusiva.
A série sofreu uma saraivada de criticas pela forma como não sabe lidar com a polêmica de seu enredo, mas em seu segundo ano a série percebe seus defeitos e escolhe abraçar a polêmica ao invés de diminui-la, algo que parece melhorar bastante a série, que se humilha para divertir assim como os padrões Clown de épocas atrás. Chegamos ao ponto de sofrer durante os 10 episódios da série, implorando para tudo acabar logo ao mesmo tempo que estamos curiosos com o destino que a trama vai levar, e o sentimento de assistir a série é completamente sentido em “The Most You You Can Be”, a season finale que é tormentosamente alongada (apesar de não ter minutos a mais) ao mesmo tempo que carrega, no discurso final de Patty, uma das melhores cenas de toda a série.
A atuação de Debby Ryan e Dallas Roberts melhorou bastante em relação ao primeiro ano da série, mas o roteiro não chega a dar a luz necessária para os personagens, por outro lado vemos uma pequena melhora nas subtramas protagonizadas por Kimmy Shields, Erinn Westbrook e Michael Provost, mas ainda é um erro focar nas subtramas quando o plot principal está se perdendo de forma tenebrosa, mas olhando pelo lado positivo, é com as subtramas que temos o espaço de respiro para aguentar mais um pouco dos tropeços sem rumo de Patty e Armstrong. Outro ponto positivo na trama é a chegada de Alex Landi, como Henry Lee, o novo interesse amoroso de Patty, mas o ator parece ter tão pouco tempo para se desenvolver que sua presença deixa muito a desejar, pedindo mais desenvolvimento, já a chegada de Vincent Rodriguez III, que vive o Detective Rudy Cruz, é a pior escolha da série, se tornando o pior personagem da temporada e tendo uma subtrama incrivelmente dispensável e desnecessária, além de ser completamente sem noção.
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https://youtu.be/QoUG1EG2yz4
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.