Review | Inuyasha [Season 6]

Nota
4

“Pelo menos deveriam me dizer obrigado, já que com minha ajuda todos vocês… poderão ir aos limites desse mundo com o outro.”

Com o portal entre os mundos aberto, Inuyasha, Kagome e seus companheiros começam uma corrida contra o tempo para recuperarem o ultimo fragmento da Joia de Quatro Almas. Adentrando mais uma vez ao túmulo de seu pai, o meio youkai encontra o ultimo guardião, que guarda em si não só o fragmento mas um novo poder colossal que promete destruir até mesmo a barreira mais poderosa.

Enquanto tenta provar mais uma vez seu valor, o hanyou se vê encurralado por Naraku, que não só arquitetou mais uma armadilha genial para prender seus inimigos, como os manipulou para corromper o último fragmento. Ajudados por um relutante Sesshomaru, a equipe consegue escapar ilesa da armadilha e voltar ao mundo mortal, mas precisam arranjar uma maneira de derrotar seu inimigo.

Enquanto buscam a energia maligna do vilão, eles encontram Kikyou, que releva o grande segredo de Naraku; um segredo que pode virar o jogo e acabar de vez com seus planos maléficos. Agora, os amigos precisam encontrar o coração de Naraku e destruí-lo antes que ele complete sua última jogada e corrompa aquilo que eles juraram proteger.

Após quatro anos de um enorme sucesso, Inuyasha chegava a um impasse. Com a proximidade do mangá e a ausência de um novo conteúdo para o anime, a produção ficou seriamente comprometida, enchendo seu conteúdo com episódios fillers que pouco tinham a acrescentar à história. Mas eis que até mesmo isso se torna inviável, fazendo com que a Sunrise tomasse uma decisão extrema sobre o que fazer com a adaptação.

A sexta temporada de Inuyasha marca o fim do anime clássico, fazendo uma pausa em seu conteúdo que só seria retomado anos depois. Sem muito o que contar, a trama, que parecia se encaminhar a seu final, para de maneira brusca se abstendo daquilo que possuía, trazendo um sentimento frustrante aos fãs que investiram tanto tento acompanhando a jornada pelo período feudal.

Ganhando um ar mais urgente e emocional, o roteiro do anime encaminhava-se para seu ápice, colocando todas suas peças nos locais corretos e preparando o terreno para o embate final. O crescimento dos personagens secundários e suas jornadas pessoais são amplamente explorados, trazendo uma continuidade orgânica para aquilo que já tinha sido construído ao longo das outras temporadas.

Um ótimo exemplo é o arco de Kohaku que, livre do controle mental de Naraku, tem plena ciência de seus atos mas não pode abandonar seu posto ao lado do vilão. Determinado a usar seu local privilegiado para destruir o coração do seu chefe, o irmão mais novo de Sango se vê obrigado a cumprir todas as ordens que lhe são impostas, afastando assim qualquer suspeita. Mas ele sente cada uma das atrocidades que comete, principalmente quando elas lhe colocam em um embate com sua irmã.

Sango pouco sabe sobre o retorno mental de seu irmão, e sente-se culpada por seus atos, o que a coloca em uma encruzilhada moral de partir o coração. Ela ama o irmão e não seria capaz de mata-lo, mas não pode permitir que ele continue por esse caminho. Cada embate deles é doloroso e sufocante, despertando um misto de sentimentos no expectador, que torce para que tudo acabe bem mas não faz ideia de como isso possa acontecer. O anime ainda nos apresenta uma nova visão sobre essa luta moral, trazendo Kirara para o centro da discussão, e nos lembrando que ela esta tão envolvida nela quanto seus humanos.

Kagome precisa lidar com suas decisões, encontrando uma estrada dolorosa enquanto tenta se manter fiel ao que acredita. Ela possuí longos momentos introspectivo, tomando para si situações que estão fora de seu alcance. Já Inuyasha precisa não só lidar com tudo o que faz de errado mas com aquilo que todos acham que ele esconde. O hanyou ainda demostra uma evolução enorme, que entra em constrange com o vilão, ao mostrar toda sua humanidade e proteção para encontrar sua verdadeira força.

Kikyou mostra um caminho mais tolerável e, mesmo enfraquecida do ferimento quase mortal, tem uma presença forte e determinante na trama. Ela se mostra mais vulnerável e humana, utilizando sentimentos menos destrutivos e reconhecendo o poder dos outros. Miroku pouco é usado na trama, e quando surge é para reafirmar que ele agora está comprometido com Sango. Shippo serve como um ótimo alivio cômico, trazendo ótimos momentos para aliviar toda a tensão presente.

Até mesmo Sesshomaru demonstra sua evolução ao trazer um coração mais humano a toda sua frieza. Mesmo tentando encobrir isso ao máximo, o youkai se preocupa e escuta melhor seus companheiros, por muitas vezes deixando nas mãos deles decisões importantes. São pequenos atos que mostram sua mudança e nos deixam alegre por seu desenvolvimento. Kagura sempre tenta arranjar um jeito de trair seu criador, mas acaba frustrada pelo mesmo, os poucos momentos em que ela se permite sentir algo é ao lado de Sesshomaru, trazendo uma relação interessante que pouco esperávamos.

Naraku continua overpower. Sempre com uma carta na manga, o vilão consegue manipular todos ao seu redor e sair ileso quando a situação foge de seu controle. Logo no inicio da temporada somos apresentados a dois youkais, que caem nas teias de controle dele mesmo que um deles (Hosenki) nunca tenha tido contato com o mesmo. Ao descobrir que seu antigo amor ainda está viva, o hanyou reelabora seus planos para encontrar e deter Kikyou, um perigo constante para aquilo que deseja, além de usar e descartar todos ao seu redor sem nenhum remorso.

Embora marque o fim de um capítulo, a sexta temporada de Inuyasha está longe de ser o fim da história. Trazendo uma trama mais apressada mas não finalizando-a, a season deixou todos com um gosto amargo na boca, por uma bela obra que parecia que não encontraria seu fim e continuaria no limbo, como tantas outras… mas sempre existe uma luz no fim do túnel e ela não estava tão distante assim.

“Enquanto ela existir as brigas não acabaram. Ainda ignoro todo o poder da Joia de Quatro Almas mas, enquanto existir sujeitos ambiciosos como Naraku continuarei lutando. Não importa se é meu destino, não me deterei até acabar com todos eles… CUSTE O QUE CUSTAR!”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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