Review | Inuyasha: The Final Act (Inuyasha Kanketsu-Hen)

Nota
5

“Enquanto meu coração, pertencer a esse mundo solitário… devo procurar a lua da meia noite.”

Após conquistarem o último fragmento da Joia de Quatro Almas, Inuyasha, Kagome e seus amigos continuam a caçada ao coração de Naraku para destruir de vez o vilão. Mas é só depois de uma árdua batalha contra Hakudoshi, que decidiu trair seu criador, que a equipe descobre que o segredo para derrotar o hanyou reside dentro de Moryomaru, um ser poderoso que absorve youkais para roubar suas habilidades.

Enquanto isso Kikyou e Sesshomaru prosseguem suas próprias jornadas para deter o vilão, buscando novas possibilidades de melhorar seus poderes. Ao mesmo tempo que as habilidades deles aumentam, o poder maligno de Naraku toma proporções inimagináveis, colocando todos em um perigo constante.

Cheio de cartas na manga e determinado a acabar com os fortes laços que os unem, o aranha prepara seu ataque final enquanto desenrola sua teia sobre todos que ousarem entrar em seu caminho. Quando toda esperança é roubada e as trevas parecem ainda mais densa, uma luz ressurge, mostrando o caminho para o impossível. Mas seria isso o suficiente para acabar com alguém que já conseguiu enganar a todos e escapou da morte a cada vez que ela se postou em seu caminho? Ou seria mais um plano um maléfico disfarçado em um raio de esperança?

Depois de um final brusco e apressado, Inuyasha continuou sua jornada através do mangá escrito e ilustrado por Rumiko Takahashi, deixando sua versão em anime no limbo que muitos jugaram ser irreversível. Mas eis que, cinco anos depois, uma nova esperança ressurgiu e um nova adaptação foi prometida para continuar e encerrar de vez a história.

Composta por 26 episódios, e trazendo de volta todo o elenco original, Inuyasha: The Final Act continua a jornada do ponto onde ela parou, adaptando os últimos vinte e um volumes do mangá e trazendo o desfecho tão desejado pelos fãs. Ao contrário da temporada anterior, o novo capítulo mostra a que veio logo em seus primeiros episódios, nos deixando sem chão enquanto destrói tudo aquilo que esperávamos do anime.

O senso de urgência toma conta da narrativa, que parece ansiosa demais para perder tempo, trazendo soluções contínuas para problemas que soavam intermináveis nas seus temporadas anteriores. Enquanto as antigas temporadas guardavam e protegiam seus personagens, os livrando de todo o perigo latente, essa está determinada a por um ponto final, não poupando ninguém ao seu caminho. Parece que todo sentimento barrado anteriormente é derramado pelo público, sem dó nem piedade.

Não é a toa que personagem que julgávamos intocáveis ganhem um final tão trágico, demostrando que o fim não está aqui para ser gentil com ninguém… seja ele mocinho ou vilão. Até mesmo as melhorias, que não são poucas, soam apressadas, demostrando que não existe tempo a perder com enrolação nesse momento. Todos precisam estar prontos para o embate final, que está prestes a começar.

Kagome volta a ser um ponto crucial na história, levantando questionamento importantes sobre suas habilidades. A pureza em seu coração e sua gentileza com quem lhe machuca se tornam mais concentradas, trazendo uma visualização mais aguçada sobre os problemas que os outros não parecem enxergar. É com ela que a história ganha um tom de desfecho, demostrando que sempre foi dela o poder narrativo e que é sua jornada que esta sendo contada aqui.

Inuyasha demostra um crescimento latente de alguém que aprendeu a se adaptar. A cada nova melhoria, ou a cada novo laço criado, o hanyou se contrapõe a figura sombria de Naraku, servindo como opostos perfeitos de pessoas que tomaram caminhos diferentes. Sim, o protagonista está mais poderoso e ciente de seus atos, mas não é em sua espada que reside seu poder… mas no seu coração humano. Toda perda, dor e arrependimento serviram para fortalecer sua persona que encontrou um caminho mais forte ao lado de seus companheiros.

Miroku esta em seu limite. Com seu buraco de vento cada vez mais próximo da abertura fatal e uma ferida venenosa se espalhando ao longo do corpo, o monge corre contra o tempo para deter Naraku, o que o torna irresponsável. Sango está pronta para o sacrifício enquanto encara o quão dolorosa sua vida se tornou. Todos que um dia amou parecem estar sofrendo ao seu redor, mas ela está determinada a tirá-los das garras do vilão… mesmo que isso signifique perder a si mesma no processo.

Sesshomaru e Kikyou são os que ganham o desenvolvimento emocional mais gratificante da obra. Acompanhar suas jornadas e a diferença entre suas representações do início até aqui é gratificante, demostrando o quanto evoluíram e cresceram dentro da trama. Sesshomaru passa por um novo apanhado de desafios, em busca de um novo poder e de encontrar sua verdadeira força, enquanto Kikyou tenta corrigir seus erros em um arco de redenção primoroso e encantador, demostrando o quão bem escrito foi sua narrativa.

Kohaku esta pronto para cumprir seu destino. Sabendo que seu fragmento é extremamente valioso, o garoto tenta recompensar seus erros e usa-lo a favor dos seus amigos enquanto cria um alvo nas costas. Seu sofrimento, infortúnio e pesar tomam conta da narrativa, fazendo com que o público tema seu destino e reze para que ele consiga escapar ileso dos infortúnios. Sua resolução é uma das mais ansiadas pelos fãs, que conseguem se apegar ao personagem mas não enxergam uma maneira dele sair bem dessa história toda. A jogada de roteiro para isso é cativante, embora um pouco forçada, mas passa impune na vista grossa daqueles que sofreram tanto com sua jornada.

Kagura e Kanna trazem um arco emocional de cortar o coração. Inconscientemente nos apegamos às personagens e torcemos por elas, então acompanhar tudo o que passaram se mostra ainda mais profundo aqui. As duas conquistaram não só o público, mas todos os personagens, demostrando um carisma único que poucos conseguem emitir.

Shippou e Jaken são hilários e exibem uma química de tela incomparável. Sendo os mais fracos de ambas as equipes, a dupla vive se provocando, criando um alívio cômico preciso para as horas sombrias que se estendem a nossa frente. Rin pouco tem a desenvolver, servindo apenas como catalizadora do desenvolvimento de Sesshomaru.

No lado vilanesco, somos apresentados a duas novas figuras que estão ali apenas para serem malvados. Byakuya das Ilusões e Magatsuhi entram para cumprir tabela, tendo pouco carisma mas servindo a seu propósito. O primeiro é mais uma das criações de Naraku e, embora reconheça que seu amo é cruel, esta ali apenas para cumprir ordens. Já o segundo é a representação de toda a maldade contida na Joia de Quatro Almas e aparece para limitar e testar os laços dos protagonistas.

Naraku se mostra ainda mais cruel e manipulador do que já foi. O vilanesco hanyou usa todos ao seu redor e os descarta sem o menor arrependimento, trazendo uma nova onda de ódio aos fãs da saga. Suas maldades atingem um novo patamar e seus poderes e artimanhas tornam-se colossais, construindo um embate de ideias digno para a finalização que esperávamos. É impossível não detestar sua presença e a construção que foi feita para seu personagem. Desde sua risada perversa, a seu olhar debochado, tudo nele gera asco, o que se mostra brilhante para aquilo que o anime propõe. Sentiremos saudades de odiar tanto alguém… ou talvez não.

Emocional e aterrador, Inuyasha: The Final Act traz um encerramento digno para a historia. Não poupando nenhum sentimento, a temporada final joga suas peças e nos convida a descobrir o que será feito com os personagens que amamos. Nos transportando com maestria pela urgência exigida e nos deixando de queixo caído quando cada ato se desenrola. A verdade é que sentiremos falta da jornada e apreciaremos cada lágrimas derramada no caminho, afinal, chegamos até aqui e agora só nos resta o amanhã.

“Quando a pessoa que obteve a Joia de Quatro Almas fizer o desejo correto… a joia será purificada e banida desse mundo.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *