Review | Kimi ni Todoke [Season 2]

Nota
3

Kuronuma Sawako passou anos sofrendo bullying na escola por a compararem com a personagem Sadako, do filme Ring – O Chamado (1998), mas tudo mudou após ela conhecer Kazehaya Shouta que a ajudou a perder a timidez e finalmente fazer suas primeiras amigas, Ayane Yano e Chizuru Yoshida. Após diversos problemas no seu ano, Sawako teve uma visita no templo budista no ano novo com o Kazehaya, que finalmente a fez entender seus sentimentos por ele e, após tirar a sorte do templo, recebeu o recado que “A pessoa que está próxima dela, é a pessoa certa” e isso vai mexer bastante com seus sentimentos. Apesar disso, Kurumi ainda não desistiu de conquistar o Kazehaya e continua a tentar desencorajar Sawako de se aproximar do seu amor. Mas o que de fato ninguém esperava, é que o aluno transferido, Kento Miura, começaria a ter interesse em Sawako e começa a aconselhá-la sobre diversos assuntos, o que acaba provocando ciúmes em Kazehaya. A segunda temporada de Kimi ni Todoke é repleta de reviravoltas no rumo da história da primeira temporada, sem deixar de lado o drama romântico, a série continua a explorar o desenvolvimento dos seus personagens. 

Ainda sendo produzida pelo estúdio de animação Production I.G., a segunda temporada de Kimi ni Todoke estreou em 2011, só que dessa vez contendo apenas 12 episódios, 13 a menos comparados a sua primeira temporada. A história baseada no mangá de mesmo nome, que recebeu o prêmio de melhor mangá Shoujo de 2008, foi um sucesso na crítica da época por sua segunda temporada, recebendo 4,5 estrelas de 5 pelo portal Animes News Network e recebendo comentários como “(…) Kimi ni Todoke se mantém como a melhor série do seu gênero desde Lovely Complex (2007), e o mais bonito desde então…”. Mas apesar do sucesso de crítica especializada da época, a segunda temporada perde alguns pontos comparada a sua temporada inicial devido ao próprio roteiro, que enquanto na temporada anterior consegue trazer novidades ao gênero Shoujo, nessa gira um pouco em círculos por tempo demais deixando a temporada mais repetitiva que a primeira. Enquanto a primeira temporada, até pela sua extensão na quantidade de episódios, consegue abordar diversos temas e intrigas, parece que a segunda temporada arrastou demais um único tema que poderia ter sido abordado em apenas um quarto da temporada inteira. Mas além disso, a introdução de um novo personagem consegue mexer bem com a trama de uma forma clichê, porém interessante.

A adição do personagem Kento Miura cria uma nova dinâmica amorosa entre Sawako e Kazehaya, que antes só tinham como uma concorrente, formando um triângulo amoroso, a Kurumi, agora também tem o carismático, porém misterioso, Kento para apimentar a dinâmica. A princípio não fica claro o real motivo do Kento se interessar pela Sawako, o que torna tudo bastante tenso, visto que más intenções poderiam sem dúvida magoar a jovem introvertida, mas toda essa dinâmica acaba fortalecendo a personagem, deixando-a mais confiante. Apesar da história se estender muito nessa dinâmica de vai e volta, a evolução da personagem Sawako continua crescente, quando comparada à primeira temporada, visto que a jornada de autoconhecimento dela continua, mesmo que muitas vezes pareça que ela está apenas correndo atrás do Kazehaya, mas que na verdade ela consegue uma ótima evolução das suas outras relações com suas amigas e também com os seus pais. 

Apesar do enredo enfadonho com o casal principal, a segunda temporada consegue abordar melhor as relações das amigas da Sawako. A Chizu, por exemplo, sempre se mostra durona para poder esconder todos seus sentimentos, e por isso não tem um grande foco na sua vida amorosa durante a primeira temporada, embora hajam dicas de que o Ryuu, seu amigo de infância, seja apaixonado por ela. Agora descobrimos que a Chizu sempre esteve apaixonada pelo irmão mais velho de Ryuu, desde criança, e agora que ele está na faculdade e volta para visitar a família, ela vê isso como um bom momento de confessar seus sentimentos. Esse é um arco que explora bem a personagem da Chizu, que sempre se mostrou muito imatura, mas que agora passa por momentos em que precisa encarar a realidade e amadurecer de uma vez por todas, prometendo também um melhor desenrolar da sua história na próxima temporada. Enquanto a Chizu consegue ter um melhor desenvolvimento de sua trajetória amorosa, a outra amiga da Sawako, a Ayane, não tem a mesma sorte, sendo colocada de lado a temporada inteira, servindo mais como a escudeira da Sawako como antes, apesar dela ter tido um arco inteiro na temporada anterior sobre o seu último namorado, que levou a escola a criar rumores sobre ela. Por ser uma personagem mais “experiente” com relacionamentos, esse lado do seu desenvolvimento deixa bastante a desejar, ainda mais pelo enredo forçar diversas interações dela com o professor Pin, que deixa a entender uma possível interação romântica dos dois numa próxima temporada, o que é no mínimo bastante problemático.

A segunda temporada de Kimi ni Todoke, apesar de mais curta, se estende demais num só tema, perdendo o foco da evolução dos personagens. Apesar de acertar bem na primeira, a sua temporada sucessora introduz mais um triângulo amoroso, que por si só, deixa tudo muito interessante, visto que anteriormente apenas as meninas corriam atrás do Kazehaya, e agora o mesmo precisa ficar atento com um possível rival que se interessa pela Sawako, mas ainda assim a trama de maus entendidos podia ter sido mais curta e dando mais espaço para algumas evoluções necessárias de alguns personagens secundários, o que deu uma sensação de “perda de tempo” de muitos fãs que acabaram abandonando a série pela mesma não sair do lugar e não se desenvolver. Ainda assim, com todos os defeitos, os personagens continuam carismáticos e cada evolução social da Sawako deixa a série muito mais fácil de acompanhar. 

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

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