Nota
Kuronuma Sawako já sofreu muito bullying por ser comparada a personagem de Ring – O Chamado (1998), mas agora tudo mudou, já que ela conseguiu se dar bem com seus colegas de turma, fazer um grupo de amigas e, agora, após Kazehaya Shouta se declarar na frente de toda a escola no festival escolar, ela também tem um namorado! Sawako nunca imaginou viver essa situação, e por ser muito protegida pelos pais esse vai ser um momento tenso de ter que contar para o seu pai que ela arrumou um namorado. Além disso, apesar de o conhecer bastante, ela não sabe de nada sobre a família de Kazehaya, e por mais que ela tenha evoluído com suas interações sociais, a ansiedade de conhecer a família do namorado pode ser algo que ela não saiba lidar muito bem.
Após ter confessado, na temporada anterior, para Sawako que ele é apaixonado por sua amiga Chizu, Ryu tenta aproveitar a chance de confessar seu amor na viagem escolar, o que ele não sabe bem se vai dar certo, já que a Chizu era apaixonada por seu irmão mais velho e sofreu bastante após descobrir que ele está noivo. Enquanto isso, Ayane, que estava tentando não se envolver amorosamente de novo, é chamada para sair por um garoto de sua turma na viagem escolar, e sem saber como reagir ela decide aceitar, mas ainda assim ela não se sente segura dessa sua decisão, já que ela não está gostando de ninguém no momento.
A tão aguardada terceira temporada de Kimi ni Todoke finalmente foi lançada, após quase 13 anos de espera dos fãs, numa produção em parceria com a Netflix. Essa era uma dúvida que pairava na cabeça dos fãs de Kimi ni Todoke há anos, por que não houveram mais temporadas da animação mesmo após tanto sucesso? Nos últimos anos, a Netflix, que já investe em séries originais japonesas há alguns anos, abriu os olhos para Kimi ni Todoke e decidiu lançar a sua série live action da história de Sawako em 2023, o que reavivou o fandom da série e fez os fãs criarem mais esperanças de uma terceira temporada, já que a segunda não adaptou nem metade do que o mangá havia lançado até então. Então, surpreendendo a todos, a Netflix resolveu produzir a terceira temporada, mas agora com um formato diferente. Normalmente, animes são lançados em 12 ou 24 episódios, como foram com a primeira e a segunda temporadas, de 24 minutos no máximo, mas por ser produzida e licenciada pela Netflix, a terceira temporada de Kimi ni Todoke teve a liberdade de ter apenas 5 episódios, mas com a duração de 1 hora por episódio, trazendo assim mais conteúdo que a sua última temporada, lançada em 2011.
Após tanto tempo longe de ser produzida, a série de Kimi ni Todoke ressurge em 2024 repaginada, mas mantendo ainda a essência da animação que conquistou os fãs em 2009 e 2011. Apesar de ter mais qualidade de imagem nos episódios, o anime segue a estética das temporadas anteriores, quase como se transportasse os fãs para os animes shoujos lançados na mesma época de Kimi ni Todoke. Depois de uma segunda temporada com um enredo que rodou bastante no mesmo lugar, a sua terceira temporada está com um enredo muito mais dinâmico e que evolui muito mais os personagens secundários.
Apesar da Sawako ter outros tipos de problemas agora que ela se encontra em um relacionamento e ter um grande foco em suas questões, a temporada consegue continuar muito bem o arco criado para a Chizu e criar um arco para a Ayane que se mantinha apagada e à sombra de suas amigas. Chizu, que passou por poucas e boas após a sua decepção amorosa com o irmão do Ryu, continua numa crescente de amadurecimento de sua personagem, embora ainda muito confusa com seu futuro, mas que essa se torna uma ótima oportunidade de conhecermos melhor sua personalidade, tendo inclusive um ótimo background sobre o seu passado com Ryu, descobrindo inclusive como os dois se tornaram tão próximos como amigos desde a infância. Mas quem surpreende de fato é o enredo da Ayane, que explora também os traumas deixados pelos boatos que circulavam sobre ela desde a primeira temporada e os reflexos disso na sua personalidade atual, tratando sobre temas muito importantes como o machismo e a sexualização feminina, mesmo que de formas muito sutis, mas que se tornam muito necessárias para a nova construção da personagem, assim como na criação de novas relações que estão por vir para ela. Ayane inclusive havia se tornado muito próxima, durante a segunda temporada, do professor Pin, mas felizmente essa relação entre os dois acabou sendo explorada apenas como uma amizade, visto que Pin torna-se muito importante para o desenrolar de novas relações para Ayane.
Enquanto todas as personagens tiveram, durante as três temporadas, o seu momento de desenvolvimento, o personagem que menos havia sido desenvolvido era o par romântico da Sawako, o Kazehaya, que finalmente conhecemos melhor sobre sua personalidade, especialmente após conhecer a sua família e entender melhor como ele foi criado para se tornar quem é hoje. E justamente após conhecer um pouco de quem ele é, que se explica melhor algumas atitudes que são tomadas por ele desde a primeira temporada, mas sobretudo algumas novas atitudes que ele decide tomar e que, a primeira vista, pode não fazer muito sentido, mas que mostram na verdade sua personalidade insegura, totalmente diferente do que foi idealizado por Sawako. Sawako por sua vez já aprendeu muito nas outras temporadas a lidar com os sentimentos dos outros, e justamente por isso que faz parecer que seus problemas estão sendo abordados com mais facilidade, mostrando que mesmo com sua personalidade doce e tímida ela se torna cada vez mais uma mulher madura e segura de si, o que é reforçado com cenas lindas entre as três amigas, onde a Sawako consegue finalmente também ajudar as suas amigas ao invés de ser apenas a jovem indefesa que precisava ser protegida por elas, quando todas se conheceram.
Após 13 anos, finalmente foi lançada a terceira temporada de Kimi ni Todoke, com desdobramentos ainda mais emocionantes e que agradaram muitos fãs da série. A jovem Sawako se mostra cada vez mais decidida, mesmo sem perder sua personalidade tímida e doce que cativou muitos fãs, se tornando cada vez mais madura. O anime que nos transporta no tempo para 2011, não só pela estética shoujo, mas também por todos os cenários e acessórios da época, também traz novos cenários para os personagens, criando novas interações familiares e interações surpreendentes entre alguns personagens, isso tudo acontece não só pelos episódios mais longos que na segunda temporada, mas também pela preocupação em adaptar mais capítulos do mangá o que permitiu um melhor desenvolvimento das narrativas, sem precisar render um único tópico durante a temporada inteira, como ocorreu com a temporada de 2011. Dos personagens desenvolvidos, Kazehaya finalmente tem o seu desenvolvimento, com um backstory que acarreta nas suas decisões atuais, assim como Chizu e Ryu que também tem seu relacionamento desenvolvido a partir do seu backstory.