Nota
“Pela Nairóbi!”
Muitas coisas aconteceram no decorrer do desesperador roubo do Banco Central da Espanha, muitos imprevistos, muitos erros e muitos resgates necessários, mas, principalmente, o maior golpe contra a equipe foi a morte de Nairóbi, um ocorrido que devastou completamente a equipe. O resgate de Lisboa surgiu como um novo ânimo para a equipe, mas no cativeiro do Professor as coisas não estão exatamente bem agora que Alicia Sierra o encontrou. Em meio a muita adrenalina, tensão e pressão da policia, está chegando o momento do grande final do roubo, mas será que o grupo será capaz de ser bem sucedido nessa empreitada tão perigosa? Quem mais poderá cair nessa batalha antes da tão sonhada vitória?
Depois de 31 episódios que nos levaram por uma extensa jornada ao lado dos sequestradores com nomes de cidade, que nos levou a conhecer a fundo cada um deles, entender suas motivações, seus medos, suas felicidades e seus demônios, a jornada chega a sua conclusão com os dez episódios, de cerca de 50 minutos, que compõe a temporada final. Dividida em duas subpartes chamados de “volumes”, a temporada final, que carrega uma enorme expectativa do público, começou com sua primeira meda sendo lançada em 3 de setembro de 2021 e sua metade final sendo liberada em 3 de dezembro do mesmo ano, gerando uma enorme audiência para o show dentro da Netflix, principalmente pelo fenômeno que a série se tornou.
A série de Álex Pina sempre tentou mostrar que os planos de roubo do Professor eram uma forma de honrar a família e de questionar a política e a economia, mas a quinta temporada elevou ainda mais essas motivações quando deixou clara a conexão que o líder criou com sua equipe, transformando-os em sua nova família, o que acaba o tornando vulnerável em vários momentos e que torna toda a execução do assalto muito mais impulsiva e eletrizante. A forma como o assalto ao Banco Central da Espanha está fora de controle com o inicio da quinta temporada reflete completamente o coração dos sequestradores, que já perderam tantas pessoas importantes e acabam perdendo mais ainda com o decorrer do Volume 1, dando a sensação de que tudo está perdido só para depois injetar uma dose ainda maior de adrenalina quando o Professor faz sua jogada precisa. A forma como o show se mostra capaz de equilibrar ação com emoção na medida certa parece a chave para seu sucesso, a evolução do Professor, a transformação de Alicia, o nascimento de Victoria, a emancipação de Manilla, o acerto de contas de Denver, Estocolmo e Arturo, tudo se torna marcante com o mix de caos e profundidade que o enredo emprega.
O ano final é a grande chance de glória de cada membro do elenco, temos o avassalador desfecho de Tóquio, que dá a chance de Úrsula Corberó entregar sua melhor atuação, e a redenção mágica de Alicia, que pede um trabalho impecável de Najwa Nimri, mas é de Álvaro Morte o prémio de grande revelação da temporada, a interminável montanha russa emocional que o Professor passar nessa temporada (assim como ocorreu na temporada anterior) serve para mostrar o maravilhoso desempenho do ator em construir esse líder, que se mostra extremante inteligente, flexível e empático, tendo cenas majestosas onde coloca o bem estar de seu grupo acima do seu. La Casa de Papel encontra seu fim em sua melhor versão, sem decepcionar os fãs e eleva ao máximo o nível dos ‘superpoderes’ do Professor, renovando a confiança da capacidade dos produtores e premiando o público com o anuncio de um spin-off. O show prova a importância da sua trama como referencias futuras para o entretenimento deixando um legado que dificilmente será esquecido, fechando as brechas que pareciam confusas no decorrer do ano anterior ao criar um desfecho surpreendentemente inesperado e animador.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.