Nota
“- Olá Matthew!
– Elektra?!”
Depois que Matt Murdock derrubou Wilson Fisk e a máfia russa e que os chineses e da Yakuza desapareceram, o trono do controle do crime de Hell’s Kitchen ficou vago, provocando uma corrida de várias gangues para assumir essa vaga, incluindo a Máfia Irlandesa e Carteis Mexicanos. Mas quando os Cães do Inferno e, logo depois, um grupo da Máfia Irlandesa são atacados por um grupo misterioso que age de forma profissional, um alerta surge indicando que o Demolidor precisa agir para impedir que o bairro se transforme numa zona de guerra, ele só não esperava que esse grupo misterioso fosse formado por apenas um homem, que é conhecido como O Justiceiro.
Quando Steven S. DeKnight foi questionado por uma segunda temporada da série, ele negou saber se os planos incluiam uma nova temporada ou se seguiria apenas até o ponto da união do microverso iniciado na primeira temporada do show. Em 21 de abril de 2015, cerca de uma semana após a estreia do show, Marvel e Netflix anunciaram a renovação da produção, que passaria a ser comandada por Doug Petrie e Marco Ramirez, que atuaram como roteiristas na primeira temporada e passam a substituir DeKnight na segunda. Numa proposta que muda completamente o tom da série, o segundo ano introduz o Justiceiro, personagem que se apresenta como o principal antagonista da temporada, e começa a construir um “Demolidor vs. O Justiceiro” no decorrer do enredo, transformando a chegada de Frank Castle no ponto de virada que dá um novo foco à série, quebrando até o perfil antagonista em certo ponto, quando o personagem vai se tornando um anti herói denso à medida que seu passado é revelado.
A série ainda engrandece a trama de Samantha Reyes, promotora que é apresentada rapidamente em Jessica Jones, mas que ganha seu verdadeiro espaço na segunda temporada de Daredevil, se tornando uma antagonista juridica de Foggy e Matt, fazendo a série de herói urbano ir se transformando numa trama de tribunal quando Nelson & Murdock entram num importante embate contra a promotoria. No decorrer dos treze episódios de cerca de uma hora de duração, outra personagem que surge em meio aos eventos da temporada, e consegue ter uma construção bastante interessante, é Elektra Natchos, uma ex-namorada de Matt que volta para tumultuar sua vida e o levar para o turbilhão de seus problemas, tentando derrubar os remanescentes da Yakuza em Hell’s Kitchen, fazendo Stick retornar à região e o Tentáculo sair das sombras. Como se não bastasse toda a construção de personagens que a série se arrisca a fazer e evolução daqueles que já faziam parte do elenco, o show ainda consegue espaço para uma participação de Jeryn Hogarth, que protagoniza uma sequência divertida fortalecendo as conexões das séries do microverso com uma piada interna com o público.
Charlie Cox volta com tudo para o papel de Matt/Demolidor, dá para sentir uma entrega ainda maior do ator ao personagem, incluindo nuances nos trejeitos que reforçam a cegueira do justiceiro, principalmente numa temporada onde um dos grandes inimigos possui um exercito de ninjas que consegue se mover sem fazer barulho e até fazer as batidas de seus corações se tornarem silenciosas, tirando exatamente o que Matt usa para localizar seus rivais. Jon Bernthal surpreende com o voraz Punisher, quase como se toda a dor e rancor do personagem realmente se impregnassem na consciencia do ator, que age exalando seu desejo de vingança e uma personalidade maniaca e consegue ficar ilegivel para o público, que vai descobrindo quem realmente é Frank Castle só depois de se conectar com seu Punisher. Élodie Yung nos surpreende com sua Elektra, bem diferente da criada por Frank Miller, essa Elektra deixa os lado sexy para trás e parte para porrada, utilizando dialogos tão cortantes quanto suas espadas Sai, com um prazer pela destruição. Além deles, temos o prosseguimento grandioso para o enredo de Deborah Ann Woll (Karen Page) e Elden Henson (Foggy Nelson) e as participações bem escolhidas de Rosario Dawson (Claire Temple) e Vincent D’Onofrio (Wilson Fisk).
Agora que um universo compartilhado começa a se concretizar, a segunda temporada de Daredevil surge como uma trama de consequências. Precisamos saber o efeito que a prisão de Wilson Fisk teve para Hell’s Kitchen e as consequências de cada vez mais justiceiros aparecendo na região, indo muito além das ações de Demolidor, Jessica Jones e Luke Cage, agora temos a adição de Elektra e Punisher à equação, e provavelmente podemos ter o surgimnto de outros futuramente, e quem melhor do que o advogado Matt Murdock para mostrar os desdobramentos juridicos da ação desses ‘heróis’? A temporada trabalha vagarosamente sobre a presença de Blacksmith ao mesmo tempo que vai desenvolvendo as histórias de Frank e do Téntaculo e abrem espaço para, no momento certo, resgatar o conceito do Céu Negro. Muito mais do que fan service, a segunda temporada de Daredevil apresenta dois dos personagens mais violentos da Marvel Comics e ainda consegue faze-los ter uma boa dinâmica com a personalidade moralista de Demolidor, principalmente com o protagonista vivendo uma fase onde parece ver tudo que construiu ruir ao seu redor ao mesmo tempo que ele luta para conciliar suas duas existências.
“Se o prender, abre um precedente contra esses justiceiros que estão aparecendo. Uma lá no escritório já está sob forte vigilância, uma tal de Jessica Jones.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.