Review | Miraculous Ladybug [Season 3]

Nota
3.5

“Pra o mal vencer, basta as pessoas boas não fazerem nada”

Depois de encararem frente a frente o Hawk Moth, os heróis de Paris, Ladybug e Cat Noir, voltam a sua intensa rotina de salvamentos, buscando combater os inúmeros novos akumatizados. Mas, agora, não é só a dupla de heróis que teve um reforço, Gabriel Agreste está recebendo a ajuda de Nathalie Sancoeur, que usa o Miraculous do Pavão, habitado por Duusu, para se tornar a Mayura, uma vilã capaz de suas penas, os Amoks, para criar os Sentimonstros, uma representação dos sentimentos negativos de uma pessoa.

Lançada pela TF1 em 28 de Abril de 2019, a terceira temporada da série tenta expandir ainda mais sua mitologia, seguindo com a proposta de nos apresentar mais Kwamis e Miraculous, mas erra ao seguir com o mesmo erro da segunda temporada: O receio de usar os outros heróis de forma fixa, e isso inclui a Nathalie. Enquanto temos a Marinetti entregando novos Miraculous a novos portadores, como é o caso de Sass, o hospedeiro do Miraculous da Cobra que é entregue a Luka Couffaine, e Kaalki, o hospedeiro do Miraculous do Cavalo que é entregue a Max Kanté, temos pouquíssimo uso desses novos reforços, assim como são poucas as aparições de Mayura, da Queen Bee, da Rena Rouge e do Carapace, um grande erro que faz a temporada seguir com a mesma trama repetida que vem usando desde o primeiro ano. Por outro lado, o que salva o ano são as subtramas especificas de alguns de seus episódios, como é o caso de “Poupeflekta” (3×05), que mostra Adrien e Marinetti trocando seus Miraculous, o que prova que os portadores podem trocar seus Kwamis, e de “Oblivio” (3×10), onde vemos Adrien e Marinetti descobrirem finalmente suas identidades e ficarem juntos, mas somos decepcionados por um final frustante.

Outro grande ponto fora da curva é a linda metalinguagem em “Animaestro” (3×02), quando a trama resolve se homenagear ao contar a história do lançamento de um filme animado sobre a Ladybug e o Cat Noir. A homenagem se dá primeiro pelas cenas do tal filme serem, nada mais nada menos, que cenas de Ladybug PV, o clipe que foi criado há sete anos para servir de piloto para a série, na época em que a proposta era uma série 2D, e segundo por nos apresentar Thomas Astruc, o criador da série, como personagem (e antagonista) do episódio, um belo deleite aos olhos e ao coração dos fãs fieis do show. O programa brinca com sua mitologia, de uma boa forma, quando mostra que todos os ex-akumatizados podem ser akumatizados novamente, voltando a ser os vilões que já foram ou se tornando um novo vilão, o que livra a equipe da cansativa necessidade de estar sempre criando novos personagens para se tornar o ‘vilão da semana’, o que também é compensado pelos Amoks, que potencializam ainda mais o poder de alguns dos vilões.

A série poderia ter sido bem melhor, mas segue numa queda indescritível ao mesmo tempo que alcança uma evolução singular em sua trama. Ao passo que alguns episódios parecem envolver a fundo o enredo, dando novos elementos e avançando positivamente, como o vai-e-vem da relação de Adrien/Cat Noir e Marinetti/Ladybug e a sensibilidade que vai surgindo da relação de Gabriel/Hawk Moth e Nathalie/Mayura, que vão fortalecendo a motivação dos vilões e nos deixando compadecidos com eles. O grande problema da temporada é a forma como ele é inundado de fillers, que parecem não adicionar em nada no enredo ou na mitologia, tornando tudo tão decepcionante, uma característica que acabou preenchendo quase todo a trama de “A Luta Pelo Miraculous”, o evento em duas partes que serve de season finale para a atual leva de episódios. Com uma quarta temporada já confirmada e alguns potenciais prometidos, dentro e fora da série, resta-nos saber se a Zagtoon vai saber acertar o ponto ou vai seguir com uma trama que avança tão pouco quando se tem um material tão produtivo.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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