Review | Ninguém Tá Olhando [Season 1]

Nota
4

“Tem gente que segue regra, e tem gente que muda o mundo.”

Ulisses acaba de ‘nascer’, ele é o novo recruta do 5511º Distrito do Sistema Angelus, um anjo da guarda em treinamento que precisa seguir quatro regras básicas: Cumprir a ordem do dia, Não aparecer para humanos, Não proteger humanos fora da ordem do dia e Nunca entrar na sala do chefe. Mas Ulisses não consegue ver sentido nessas regras e, depois de conhecer Miriam, resolve se rebelar contra as regras e acaba fazendo descobertas chocantes sobre a vida e as forças que governam o mundo, no processo.

Após descobrir que tudo o que ele acreditava era uma ilusão, e o sistema inteiro e gerido de forma aleatória por um hamster correndo numa rodinha, ele e seus supervisores, Chun Greta, começam a rever o que fizeram de suas vidas e buscar um novo sentido para sua rotina, alem de novos objetivos. Enquanto Chun começa a explorar novas formas de fazer seu trabalho, encontrando novos usos para todo o material disponivel, Greta começa a tentar conhecer e descobrir novidades do mundo, observando a vida das pessoas e experimentando as comidas, e Uli começa a tentar mudar a vida de Miriam, o que acaba o fazendo viver uma nova versão de Cidade dos Anjos e se apaixonar pela humana que está protegendo.

É incrível como o trio de Angelus protagonista nos ajuda a ver três grandes pilares da situação. Enquanto Danilo de Moura (Chun) vive a seriedade e o drama de presenciar os sentimentos e sofrimentos da humanidade, ele inicialmente nos guia através da jornada em perceber o quanto os anjos podem ajudar as pessoas ao interferir mais ativamente, temos Julia Rabello vivendo a parte mais cômica da trama, com direito a muita piada, drogas, bebidas, comidas, sexo e autoconhecimento. Victor Lamoglia assume o protagonismo do show, descobrindo o amor e explorando os limites das regras, mudando o mundo uma pessoa de cada vez e tentando entender tudo que está sentindo e vivendo, ao seu lado temos Kéfera Buchmann, vivendo a humana que se apaixona pelo anjo e acaba se metendo na vida do trio, ajudando-os a explorar suas novas descobertas e os guiando a entender o que é ser humano.

A nova série nacional de comédia feita por Daniel Rezende, para a Netflix, consegue nos pegar de surpresa ao debater tabus existencialistas de forma leve em apenas 8 episódios, usando a visão inocente dos Angelus para criticar o modo humano de viver e nos fazer refletir sobre nossos atos. Ao mesmo tempo ele consegue criar uma mitologia digna de séries americanas e, mesmo quando perde os trilhos, consegue se ajustar e seguir uma linha de pensamento que nos leva a um final amarrado o suficiente para ter satisfação do que vimos e esperar uma segunda temporada.

“Ai meu hamster!”

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *