Review | Osmosis [Season 1]

Nota
3.5

Numa França futurista os irmãos Vanhove, Esther e Paul, criam Osmosis, um aplicativo capaz de mapear a mente de uma pessoa e encontrar sua possível alma gêmea, mas os planos para o lançamento do app saem do controle quando vários acontecimentos botam o projeto em ameaça.

A série, que parece ser uma nova Black Mirror, nos deixa alerta desde a primeira cena, cientes que algo vai dar muito errado em Osmosis e prontos para ver um desastre. Logo de inicio vemos que os investidores querem mudar os planos dos irmãos, mudar o lançamento do projeto e tirar o poder de Paul, e isso faz com que o projeto, que deveria ficar por meses em fase beta, ganhe um mês de testes e uma promessa de lançamento próxima. Ao mesmo tempo que o caos preenche a administração de Paul, vemos Esther tentando usar o projeto para, de forma ilegal, salvar sua mãe do coma.

Logo de cara vemos que o que nos faz ver a série não é o desejo de saber que fim terá o projeto, todos sabemos que isso terminará mal, mas saber como vai acontecer e as consequências disso para os irmãos e a empresa. A série nega sua primeira impressão ao mostrar que Osmosis não é o protagonista, mas sim a arma na mão de diversas pessoas, que podem dar diversos usos as suas funcionalidades. O colapso da empresa é agravado pelos planos escusos de Esther, que deseja usar Lucas, Niels e Anna para reacordar sua mãe, e pelo mistério obscuro de Paul que pode colocar a vida de Joséphine, o amor da sua vida, em risco. Temos o problema de Lucas, que está casado com Antoine mas descobre que Léopold, seu ex-namorado, é sua alma gêmea, e precisa escolher se vai seguir as informações de um aplicativo e jogar toda a sua vida para o ar ou se vai manter sua estabilidade.

De outro lado temos Niels, um jovem viciado em masturbação que busca no aplicativo uma forma de abandonar o vicio e ser amado, mas mesmo ao encontrar Claire, sua alma gêmea, Niels precisa lutar contra seus instintos e impulsos se deseja ser feliz. Anna é complexada, acredita que nunca será amada, e acaba se tornando uma espiã dos Humanistas dentro do teste beta, mas eis que ela encontra Simon e precisa decidir se vai testar esse amor ou detonar o aplicativo. Os irmãos acabam tendo que lutar contra dois grandes vilões, além da falta de fundos, o primeiro é formado pelos Humanistas, um grupo de manifestantes que acredita que o Osmosis pode tirar a liberdade de pensar das pessoas, pode controlar, mandar e até vigiar as pessoas, do outro lado está o Perfect Match, o aplicativo rival, que proporciona encontros através de realidade virtual onde se pode conhecer pessoas e ter um encontro, um namoro ou só uma transa, um app que encontra um rival de peso na proposta de achar uma alma gêmea para viver para sempre e ser feliz.

As coisas ficam sombrias de inicio, mas começam a ter suas verdadeiras reviravoltas depois de “Betrayal” (episodio 5), onde o jogo vira e podemos ver a evolução incrível e inesperada de Yuming Hey no papel do  Billie Tual, que mesmo estando em terceiro plano durante toda a serie, consegue ser o melhor personagem do show. As revelações e segredos de Louise são outro impulso que leva a trama a um nível intenso, principalmente quando entendemos o segredo por trás da polêmica memoria da Piscina. O envolvimento dos Mohicans torna tudo mais podre dentro da empresa, visto que cada vez mais vemos em Eloan uma hipócrita oportunista e exploradora, que pensa unicamente no lucro que a Osmosis vai trazes, deixando de lado todo o lado humano da tecnologia.

E quando falamos em deixar o lado humano de lado, temos que citar aquele que foi a maior revelação no show, Martin, o computador que foi criado por Esther para controlar a Osmosis, e também o ser mais puro e sorrateiro da série, ele age por baixo dos panos durante toda a trama de forma que seu protagonismo nos episódios finais chega de forma abrupta porem extremamente consistente, ele é construído de uma forma que não vemos seu potencial, mas quando ele é exposto, vemos o quanto o personagem foi bem construído para chegar naquele ponto e o quanto não percebemos sua evolução acontecendo.

No final a conclusão é uma só, Osmosis tem uma boa premissa, Osmosis tem boas reviravoltas, Osmosis tem boa representação, Osmosis tem um potencial, Osmosis sabe como amarrar com um clímax, mas, acima de tudo, Osmosis não sabe sustentar uma boa historia e nem manter um ritmo agradável, a série se perde muito em seu decorrer e acaba ficando lenta e cansativa, mesmo que fiquemos presos à curiosidade sobre seu final, sobremos com o percurso para suportar toda a trilha tortuosa.

 

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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