Nota
“Poucos de nós são o que parecem ser…”
Era uma tarde comum quando Sara Guzmán estava num passeio de barco com seu irmão, Álex, seu namorado, Rodolfo Lazcano, e seu cunhado, José Maria Lazcano (ou Chema), mas o passeio acabou com um desastre no momento em que um acidente aconteceu e a garota morreu. Dezoito anos depois, Álex, que acabou sendo condenado pela morte da irmã, foi solto. Agora ele sabe que o acidente foi um assassinato, alguém sabotou o paraquedas que Sara estava usando, o que fez a corda arrebentar quando a garota estava no ar, e que ela estava grávida, e está pronto para iniciar um gigantesco plano de vingança contra a família Lazcano, revelando todos os segredos obscuros do patriarca da família, César Lazcano, e fazendo a família desmoronar de dentro para fora.
Lançada pela Netflix em 24 de março de 2021, a série mexicana de mistério criada por José Ignacio Valenzuela rapidamente chamou a atenção mundial com toda a complexidade de sua trama, que lembra muito a premissa de Revenge com toques de Elite. Alguém planejou a morte de Sara, e tudo pode ter conexão com os diversos segredos da família, que Sara acabou se afundando depois que começou a namorar Rodolfo. Com o decorrer da série vemos que, assim como Marina Nunier, Sara não é tão santa assim, ela tem uma conexão com segredos de Chema, com segredos de César, com segredos de Sergio e com segredos de Elroy, o que a coloca em risco de diversas formas, mas um diário, escrito por ela naquela época, acaba parando nas mãos de Álex, o que se torna a arma perfeita para iniciar a investigação que dará todo o material para a vingança perfeita.
Protagonizando a série como o Álex adulto, Manolo Cardona parece exalar a determinação de seu personagem, o ator consegue mostrar todas as camadas que foram surgindo em sua vida durante os 18 anos que ele passou preso e precisou aprender a ser homem, ele foi iludido pelos Lazcano, perdeu sua mãe, perdeu sua irmã, perdeu sua vida, mas ganhou uma motivação, ganhou aliados e, para o seu azar, acabou conhecendo o amor quando iniciou sua vingança: Elisa Lazcano, que há 18 anos atrás era apenas uma criança que ninguém dava atenção e agora se tornou uma mulher independente, pronta para descobrir toda a maldade que existe por trás do sobrenome que carrega e para tentar salvar seus irmãos dessa vingança sanguinária. O papel de Elisa é brilhantemente vivido por Carolina Miranda, que apesar de não ter as camadas para apresentar, tem muito a evoluir no decorrer da série, ela é o contraponto perfeito para Álex, já que ela vai crescendo a cada camada que adentra na vida de Álex e nos segredos de seu pai, sendo arrastada para reviver até os traumas que ela nem lembrava ter vivido.
Com seus dez episódios de cerca de 40 minutos, Quem Matou Sara? tinha tudo para ser a nova grande sensação nascida na América Latina, focando completamente em um mistério que vai sendo desvendado aos poucos, mas se prejudica por seu excesso de soft porn. A série erra quando começa a forçar cenas de sexo sem motivo nenhum, simplesmente para ser chamativa ou justificar uma classificação +18, cenas de sexo que não adicionam nada à trama além do rubor daqueles que resolverem assistir à série junto com outros membros da família. Por outro lado, não se deve deixar de citar o final surpreendente da série, que começa contando uma história bem linear, que faz parecer que teremos apenas um plot de uma temporada, vai contando várias coisas e deixando várias perguntas, e vai se encaminhando para uma solução bem direta no episódio final, mas eis que temos uma season finale que muda completamente de rumo, dando esperança para as respostas pendentes e nos apresentando uma possibilidade de uma trama completamente nova baseada nas revelações já ditas.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.