Nota
“Nossa história continua.
O Jubileu da prefeita devia ter mudado tudo. Ser um recomeço.
Mas quando acordamos na manhã seguinte, Riverdale ainda era, em seu amago, uma cidade assombrada.”
Os segredos de Riverdale começaram a ser revelados, um pai matando seu filho pode ser monstruoso, mas é só o começo. O nome dos Blossom está na lama, Hiram Lodge está de volta a cidade, Jughead foi enviado para o Lado Sul depois da prisão de seu pai, os segredos da família Cooper se mostram tão imponentes quanto os dos Blossom e, para acabar com toda a inocência que ainda existia na cidade, um serial killer surge: o Gorro Negro.
O segundo ano da série, que foi um sucesso de público e critica em sua primeira temporada, parece querer ir mais fundo nos segredos escondidos em Riverdale. A morte de Jason abriu uma brecha na máscara de perfeição que existe na cidade, mas a chegada do Gorro Negro criou enormes crateras prontas para expor o passado e as verdadeiras intenções de todos do Lado Norte, ao mesmo tempo que nos leva a conhecer a realidade por trás dos marginalizados Serpentes do Sul, que acabaram sendo condenados por todo o crime de Riverdale, e o lado negro que existe em cada um dos nossos protagonistas, ao mesmo tempo que parece querer levar Cheryl a uma sutil redenção.
É incrível a evolução que cada personagem alcança nessa temporada, ver a imersão de Lili Reinhart no papel de Betty, lutando contra o seu ‘lado Peruca Preta’, tentando desvendar a identidade do assassino e percebendo o quanto é parecida com o ‘purificador dos pecados de Riverdale’; Já a luta moral protagonizada por KJ Apa é muito mais intrínseca, vemos o garoto querendo defender seu pai e, para isso, vendendo sua alma para o diabo encarnado na forma de Hiram Lodge; Por outro lado a luta que vemos expressa em cada cena de Cole Sprouse é inversa, temos um garoto lutando contra o mal, tentando desvendar os crimes do pai de Veronica ao mesmo tempo que precisa tomar o controle dos Serpentes, para impedir o surgimento de uma guerra entre o Sul e o Norte; A mimada personagem da brasileira Camila Mendes explora diversas camadas, a personagem se equilibra na tênue linha entre a moralidade e a desconfiança, ela busca limpar o nome dos Lodge, mas é cada vez mais dificil quando se tem que lutar contra os duvidosos negócios de seu pai ao mesmo tempo que tenta confiar nele.
O segundo ano da série de Roberto Aguirre-Sacasa consegue nos mostrar que Riverdale não existe em função da morte de Jason Blossom, que a cidade inocente foi construída em cima dos pecados de seus moradores, e que é sempre possivel renovar a trama enquanto os pecados de cada morador não for totalmente revelado, mas que nem sempre é possivel capturar a atenção com meros pecados e segredos. Os atos no presente e no passado dos moradores de Riverdale são como pedras jogadas no lago, fazendo ondas que alteram a calmaria ao seu redor, e há muito a conhecer sobre cada personagem na fase em que conhecemos os lados negros de cada um, mas Sacasa não consegue garantir que os segredos da vez sejam interessantes, beirando o tédio diversas vezes. Por outro lado, o show traz 22 episódios, que são, em sua maioria, muito mais intensos que os 13 capítulos da temporada anterior, a série nos leva a altos e baixos na trama, numa queda vertiginosa de audiência, tendo tramas enigmáticas e intensas se intercalando e mostrando que nunca mais haverá paz em Riverdale depois da morte de Jason.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.