Review | Sempre Bruxa [Season 1]

Nota
3

Baseada na obra literária Yo Bruja, de Isidora Chacón, a série teen colombiana Sempre Bruxa tornou-se uma das mais populares produções originais da Netflix. Ambientada entre o passado e os dias atuais, o show conta com a produção de Ana Maria Parra e tem sua história inicial acontecendo por volta do século 17, onde a adolescente negra Carmen (Angely Gaviria) vive algumas situações um tanto conflituosas e complicadas.

Acusada de bruxaria por diversos fatores, como absorção de aprendizado com facilidade, feitiçaria, encantamento, poder de cura, ela é enviada para a fogueira, onde acaba conjurando um feitiço de viagem no tempo, para se livrar de ser queimada viva (um dos castigos dos séculos passados para o caso de mulheres suspeitas de praticas consideradas anormais, perante aos olhos da antiga sociedade) e como pode ser visto nas cenas do trailer, ela acaba vindo parar nos dias atuais, em 2019.

O que para Carmen conta como um novo aprendizado, por causa de todo um avanço desde os hábitos até a tecnologia, já que, ao ingressar na faculdade, ela é forçada a aprender a dominar tecnologias, principalmente para se integrar ao grupo de jovens da sua turma, onde conhece Alicia (Sofia Bernal), Mayte (Valeria Emiliani), Professor Esteban (Sebastian Eslava), Isabel (Cristina Warner) e o Léon (Carlos Quintero). Nesse meio tempo acaba, conhecendo o jovem Jhony Ki (Dylan Fuentes), que logo de cara acaba descobrindo seus poderes de bruxa e se tornando a pessoa mais próxima dela.

Durante a série, um dos grandes destaques são as atuações, que chamam atenção pela forma como os personagens são entregues. Temos a Carmen sendo obrigada a viajar pelo passado e os dias atuais para manter o equilíbrio temporal, além de cumprir missões que ajudam a deixar toda a história, tanto a da série quanto a dos personagens em si, possivelmente resolvidas.

Um dos pontos de destaque da temporada foi a forma como trabalharam o mundo ao redor da Carmem, uma bruxa que usa magia branca sem pretensões de causar o mal ou algum caos. E, por mais que a trama soe levemente como algo que você já está cansado de assistir, o show evita mostrar aquela pratica obscura que estamos acostumados a ver em enredos envolvendo bruxaria, como a pratica de necromancia, torturas, cultuamento ao anticristo, sacrifícios de seres vivos, possessão demoníaca a ponto de exorcismo e seres habituais das trevas. Pelo contrario, encontramos uma serie que entrega bruxarias leves, sem proliferar o mal ou atacar os humanos, e até a trilha sonora combina com isso, trazendo consigo aquele clima bem latino-americano.

Esses pequenos detalhes, de certa forma, acabam por despertar uma leve curiosidade para assistir ao show, principalmente para aqueles que estão acostumados a acompanhar séries de bruxas ou com práticas misteriosamente ocultas. Isso não quer dizer que a série é perfeita, seu maior pecado são os pequenos deslizes no decorrer da trama, informações que podem ser consideradas desnecessárias, mas nada que nos desencoraje de dar uma segunda chance e ver se Sempre Bruxa será capaz de se redimir numa próxima temporada, talvez tentar se aprofundar na mitologia seja a chave para uma produção mais direta, criando uma história mais interessante a ponto de prender a atenção.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *