Review | Siren [Season 1]

Nota
2

Em Siren, vamos ser apresentados a Bristol Cove, uma cidade costeira conhecida por ter sido no passado a casa das sereias. Ben (Alex Roe) é um jovem que atua como Biólogo Marinho na cidade e, ao conhecer a Ryn (Eline Powell), uma estranha garota que guarda um profundo segredo, se sente atraído por ela, por seu canto. A chegada dessa misteriosa garota provará que de fato esses seres mitológicos existem, mas não como conhecíamos.

Depois do sucesso de produções que retratam seres marítimos, como, por exemplo, Blue Planet II, o documentário da BBC One, e The Shape of Water, vencedor do Oscar, é impossível não incitar a curiosidade dos espectadores sobre os mistérios do fundo do mar. Além de despertar a curiosidade, a Freeform ainda mostra que o desconhecido pode ser assustador e que devemos, sim, ter medo do que não conhecemos. Então, esqueçam tudo o que a Disney ensinou sobre sereias. Aqui, esses seres matam por sobrevivência. Mas isso não quer dizer que você ficará assustado, isso porque Siren abre mão do terror e do horror para dar lugar a uma drama lento e arrastado.

A série da Freeform tem um grande acerto: a atuação da Eline Powell, pois a atriz conseguiu trazer trejeitos, olhares e expressões de algo bem incomum, de uma criatura desconhecida, mesmo que na forma humana. A interação com os humanos, a relação com pessoas boas e pessoas ruins, que veem a sereia como uma fonte de estudo, lembra muito o filme do Guilherme del Toro. Apesar da boa atuação, Ryn tem poucas cenas como uma predadora. Mas ela entrega uma atuação interessante e até surpreende, chegando a ser magnética. É impossível não sentir a estranheza que a atriz consegue expressar em tela. Se a protagonista foi um acerto, não podemos dizer o mesmo do Ben, interpretado por Alex Roe, apático e sem carisma, somente um rosto bonito para preencher a tela. Fora que todo o drama familiar vivido por ele, é bem superficial.

E não poderíamos deixar de  falar na falta de química entre o ator e a Fola Evans-Akingbola, atriz que interpreta Maddie, namorada do Ben. Os arcos secundários da trama, como, por exemplo, os pescadores que encontram a primeira criatura ou o centro de pesquisas é bastante descartável, mesmo sabendo da importância deles. Também é importante salientar a confusão do roteiro. Isso porque as sereias são pouco abordadas, não temos muito detalhes sobre nada. E com tantos arcos ruins e elenco apático fica difícil se sentir preso à trama.

É difícil crer em tudo o que está em tela. Então, é importante abrir mão de determinados comportamentos inverossímeis por partes desses seres desconhecidos, fazer vista grossa mesmo. O que é bem difícil no início, mas nada que não nos acostumemos a fazer durante a temporada. Os efeitos especiais são aceitáveis, principalmente sabendo que a série é uma produção de baixo orçamento.  A segunda temporada da produção já está confirmada, mesmo achando que poderia ter sido facilmente concluída em seu primeiro ano.

Siren tem uma premissa interessante, mas um roteiro tedioso e um elenco bem meia boca. É esperar uma possível melhora nas próximas temporadas, principalmente se forem abordar o lar dessas criaturas…

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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