Review | Skull Island [Season 1]

Nota
4

“- O que tem nessa ilha?
– Coisas não-naturais…”

Durante a década de 1990, um grupo de exploradores bem-intencionados a bordo da Once Upon a Maritime acabam resgatando Annie, uma garota que está perdida no meio do oceano após fugir de um navio, e se veem envolvidos no meio de um ataque brutal de um monstro marinho, o que acaba os fazendo naufragar e ir parar em uma perigosa ilha, a Ilha da Caveira. Agora o grupo formado por Annie, CharlieMikeCap precisa explorar e sobreviver nessa ilha povoada por inúmeras criaturas aterrorizantes, ao mesmo tempo que tentam entender onde estão, como voltar para casa e lutam com todas as forças para não cruzar o caminho com o temivel gorila gigante conhecido como Kong.

Lançado pela Netflix em 22 de junho de 2023, o show desenvolvido por Brian Duffield é uma aventura animada que se encaixa dentro da franquia MonsterVerse, um universo fictício criado pela Warner e compartilhado com Godzilla, King Kong e outros personagens monstruosos. Se passando algumas decadas após os eventos de Kong: A Ilha da Caveira, a série introduz personagens originais dentro do universo que já foi construido pelo filme, revisitando pontos já mostrados da Ilha da Caveira ao mesmo tempo que expande a mitologia ao mostrar novos elementos que podem servir de base para futuros projetos. Com rápidos oito episódios de cerca de 20 minutos, a série aproveita toda a dinamica e falta de amarras da animação para envolver o público e fortalecer o canon da Ilha, deixando tudo muito mais atraente e divertido. Os insistentes flertes de Kong, que se mostra presente o tempo todo na Ilha mesmo sem ser diretamente mostrado, torna todo o clima da produção ainda melhor.

Charlie é o alvo do principal ponto narrativo da produção, ele foi forçado por seu pai a entrar na aventura e ainda não conseguiu encontrar seu lugar no mundo. É ele quem acaba salvando Annie e é o unico amigo que Mike parece ter, é através dele que as informações vão sendo entregues aos expectadores, seja através das explicações e memórias de Annie ou pelos relatos de Mike. Mike é um dos poucos que sabe alguma informação sobre a Ilha da Caveira, ele e seu pai começaram a investigar sobre essa ilha há alguns anos, mas ele não esperava parar nela, uma coincidencia que acaba dando uma serventia para as poucas informações que ele recolheu. Annie é um dos grandes misterios do show, ela parece ter algum valor para os soldados que comandam o navio do qual fugiu, o que a faz continuar sendo caçada, e conforme o roteiro vai avançando fica claro que a garota tem alguma conexão previa com a Ilha, mesmo que pareça não saber muito sobre ela ou sobre Kong. Cap surge como outro ponto de apoio da trama, o ‘refém’ do grupo de soldados parece estar tentando entender onde pisa, ele acabou chamando a atenção de Irene mas ainda não sabe se pode ser necessário para a equipe, o que pode faze-lo ser descartado a qualquer momento ou quando o grupo finalmente encontrar Annie. Irene parece centrar o antagonismo da trama, ela lidera a equipe dos mercenários enviados para capturar Annie, mas parece cheia de segredos, o que deixa sempre no ar uma dúvida sobre quem realmente ela é e qual seu objetivo.

Misteriosa e envolvente, a primeira temporada de Skull Island possui uma narrativa imersiva, que ganha vida a cada novo episodio e onde sempre tem algo acontecendo, apesar de trazer decisões criativas duvidosas. Focando em uma história que se conecta aos eventos dos filmes apenas através de poucas cenas, a série deixa no ar a curiosidade da importancia de dedicar tanto tempo à apresentação desses personagens ao mesmo tempo que engaja num debate sobre a importancia de as pessoas se conectarem com o ambiente, aprendendo com ele e usando-o para sobreviver. Com um bom investimento em momentos de ação agradavel, o show de Duffield se prevalece de sua cenografia para enriquecer a trama, desenvolvendo os segredos da ilha e os seres que cruzam o caminho com os exploradores, algo que só se fortalece por a série usar bastante criatividade e cores para prender o público. O grande ponto fraco da produção são seus personagens, que não tem espaço suficiente para serem desenvolvidos e nem explorados, deixando vagas as suas motivações e suas convicções, deixando muito tênue a linha entre o bem e o mal, o que se torna ruim quando se trata de uma trama onde a narrativa precisa ser bem direta para ser capaz de ser desfiada com tão pouco tempo.

“Você não é rei. Você é só um bicho burro.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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