Review | Steven Universe Future [Season 1]

Nota
3.5

“Steven Universe Future here we are”

Depois de lidar com as descobertas sobre a verdadeira identidade de Rose Quartz, tendo que assumir todas as responsabilidades de ser filho da Pink Diamond e lidar com seus erros do passado, Steven finalmente está pronto para viver a Era 3. O garoto precisa entender que o futuro pode não ser exatamente como ele imaginava, principalmente quando se tem que lidar com as sequelas que a terra possuí depois das ações irresponsáveis de sua mãe, mas tudo está melhor do que ele esperava, ou ele achava que estava.

Estreando na Cartoon Network em 7 de Dezembro de 2019, a minissérie, que foi batizada de Steven Universe Future, serve como epilogo para a série de cinco temporadas da clássica série Steven Universe, se passando algum tempo após os eventos do filme, que se passou cerca de cinco anos após o fim da série clássica. Com apenas 20 episódios, a minissérie, que foi tratado por muitos como uma sexta temporada do show, vai explorando a rotina de Steven na terra ao mesmo tempo que começa a nos apresentar alguns novos poderes do garoto, que parecem tornar Steven cada vez mais destrutivos, além de ir mais a fundo no surgimento de novas gems e fusões, e de apresentar novas funções às gems, dando um novo sentido de vida a cada uma delas.

Mas nem tudo que reluz é ouro, como diz um velho ditado, e a ‘temporada’ mais esperada do show não surge tão efetiva quanto deveria. Mesmo ao nos mostrar mais a fundo sobre as consequências das ações de Pink em várias gems e no quanto a Era 3 está sendo boa para elas, a série parece temer ir fundo nos dilemas de Steven, começando tudo de forma lenta para só depois resolver ir fundo no trauma e levantar diversas questões bem relevantes. O show ainda nos apresenta Cherry Quartz, novas Roses Quartz, outras Nefritas, a Berilo, a Mega Pearl, entre tantos outros, mas parece ter medo de mostrar aquelas gems e fusões que mais eram esperadas pelos fãs, como fusões envolvendo JasperBismuto, Lapis ou Peridot, nos levando a temer ver a série acabar sem nunca ver como seriam as fusões envolvendo as outras Crystal Gems. Tudo isso, além de outras perguntas não respondidas, surgem como maior vetor de desanimo entre os espectadores, o que fez os 1.57 milhões de espectadores do filme caírem até se tornarem 0.50 milhões no decorrer da minissérie.

A série acaba se prejudicando principalmente por conta de sua abertura, que nos apresenta um hall de vilões e imediatamente criam uma expectativa sobre o andamento da série, criando teorias sobre a força de cada vilão, seu papel na nova fase e o quão incomodo eles podem ser, uma expectativa que vai pouco a pouco sendo enterrada a medida que cada vilão vai surgindo, e renascendo a medida que cada um deles se afasta, dando aquela clássica sensação de que a união de todos eles é que será o grande perigo do show. Porém, nessa crescente expectativa, o show não faz jus os desejos dos fãs e vai avançando, cada vez mais devagar, se arrastando e criando uma sensação de urgência, a medida que vamos vendo os episódios finais se aproximarem e as resoluções não começarem a acontecer, apesar de que, de certa forma, o verdadeiro problema ainda nem havia surgido no show, criando cada vez mais expectativas ao redor da identidade do Gigantesco Lagarto Rosa.

Se até o dia 28 de Dezembro, quando foi exibido “Prickly Pair” (episódio 10), ainda existiam esperanças de que a série sofresse uma reviravolta estupenda e nos levasse a um final inesquecível, a expectativa começou a ser podada com a chegada de “In Dreams” (episódio 11), que iniciou uma segunda parte da temporada que esfriou todo o clima que a parte A havia criado, fazendo da parte B um destoar do resto da temporada, ou melhor, do resto da série, se sobressaindo apenas o cheio de carga emocional “Growing Pains” (episódio 14), que vai mais fundo na questão de sanidade, sobriedade e, principalmente, depressão pós-traumas, que revelam o quanto a mente do Steven está cheia de cacos criados pela responsabilidade que precisou assumir de ser o líder das Crystal Gems e um Diamante. Um background rico e tão cheio de possibilidades que acabou não tendo espaço suficiente para ser cultivado e evoluído até a dose certa, nos permitindo curtir o processo de decadência psicológica de Steven, algo que tornaria ainda mais mágico a resolução do problema.

Com um final extremamente conveniente, Steven Universe Future foi uma temporada final que decepcionou bastante, com tão poucos episódios, ela acabou sem finalizar a história, deixando tantas brechas para trás que acredito ter sido incapaz de deixar os fãs sentindo falta. Rebecca errou ao começar a minissérie querendo transformar Steven numa pessoa pior que Pink, para logo depois forçar, e muito, um final bonitinho. Uma temporada final tem que ser um espetáculo, e Future não fez jus à série que o concebeu, devo quebrar um pouco o protocolo nessa frase final para dizer: Eu saio desse processo sentindo bastante falta da série clássica, mas prefiro esquecer que Future aconteceu.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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