Nota
“Nós somos as Super Drag e viemos daaar… UM CLOSE CERTO!”
Temos aqui o caso de uma série recheada de polêmicas antes mesmo de ser lançada, sendo rechaçada por pais, políticos, pediatras, religiosos e diversos outros segmentos da sociedade, Super Drags foi a aposta da Netflix para conquistar ainda mais o público, principalmente o LGBTQ+. A animação nunca foi para crianças, como a Netflix precisou explicar inúmeras vezes, porém as vezes parece que a população mesmo desenhando não quer entender.
Super Drags foi criada por Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut, e conta a história de três amigos, Patrick, Ralph e Donizete, que foram convocados pela estonteante Vedete Champagne, dublada genialmente por Silvetty Montilla, e ganham poderes que as transformam nas fabulosas Lemon Chiffon, Safira Cyan e Scarlet Carmesin ao melhor estilo Sailor Moon. Bônus para a dublagem da Goldiva sendo feita por Pabllo Vittar, que também canta a música tema do programa e a música “Highlights”.
A série tem um início, em geral, extremamente bobo, porém com o seu desenrolar de cinco episódios consegue abordar temas da comunidade LGBT+ e da vida moderna de forma crítica e lúdica. Infelizmente logo no primeiro episódio temos uma situação envolvendo abuso sexual sendo praticada por uma das Super Drags e isso consegue realmente queimar a imagem do programa.
A série é basicamente uma paródia de outros desenhos animados e animes – principalmente quando se trata da Safira Cyan/Ralph, dono de um arco incrível – onde você vê claras referencias desde Meninas Superpoderosas à tokusatsus japoneses e ao já citado Sailor Moon, tudo bem temperado com o humor para maiores, bem feito ou não. Esse é um ponto que deve ser citado: muitas piadas são fora de hora e podem chegam a ser desconfortáveis.
A série animada surge com uma proposta realmente interessante em todo o seu material de divulgação, porém o seu desenvolvimento acaba sendo algo longe de ouvir um “you are a winner, baby” sendo uma possível candidata a receber um sashay away porém é salva nos últimos minutos. Infelizmente não teremos como ver a série consertar suas falhas em futuras temporadas já que a Netflix cancelou a mesma logo após seu lançamento.
Victor Freitas
Pernambucano, jogador de RPG, pesquisador nas áreas de gênero, diversidade e bioética, comentarista no X, fã incontestável de Junji Ito e Naoki Urasawa. Ah, também sou advogado e me arrisco como crítico nas horas vagas.