Review | Superstition [Season 1]

Nota
2

ICalvin Hastings sempre se culpou pela morte de seu irmão, tanto que ele foi para o exercito para fugir disso, mas agora chegou a hora de ele voltar para La Rochelle, para sua família e a seu trabalho de caçador de demônios. O homem voltou mudado, mas a cidade parece igual, todos continuam lá, todo o sobrenatural continua sendo escondido pelos Hastings, mas uma coisa nova existe: Garvey, sua filha com May, da qual ele nunca soube existir.

Superstition é uma série dramática do Syfy que se aproveita do sobrenatural para fluir seus, muitas vezes tediosos, 12 episódios. Lançado 20 de Outubro de 2017, a série começa bem, lembrando bastante da família Winchester, de Supernatural, mas com uma pegada muito mais agradável, familiar, empática e sedentária, uma conexão imediata que chega até a ser motivo de piada no inicio da série. O problema é que esse carisma inicial não consegue se manter de pé até o season finale, que aconteceu em 18 de janeiro de 2018, o que resultou no cancelamento da série após uma temporada.

A série consegue chamar atenção de cara com toda a apresentação de seu antagonista, o Dredge, o piloto da série com toda a trama da maldição das cobras faz com que, com toda a certeza, ele possa ser escolhido o melhor episodio da temporada, e uma introdução incrível para toda a série, mas a trama de Mario Van Peebles e Joel Anderson Thompson perde sua essência gradativamente, o que faz com que “Ressurection” (episodio 12) finalize a série da forma mais vergonhosa e sem lógica possivel, ignorando toda a mitologia construída na série e incluindo elementos sem uma explicação prévia, ou sem uma construção valida.

As tramas se tornam cansativas, o Dredge é um vilão forte, mas o roteiro não o valoriza, a forma como Isaac, um imortal da época das cruzadas, parece inexperiente no decorrer das batalhas, ou do quanto Bea, a matriarca da família, apresenta todo um potencial e não explora, chegando ao ponto de se submeter ao simples ciúmes da viagem do marido. Outro ponto da trama que decepciona é May, a delegada da cidade confia cegamente nos Hastings e nunca desconfia do que realmente eles fazem, mas logo depois ela aceita tudo de forma natural e sem questionamentos. Tilly rouba nossa atenção logo de cara, mas demora a se encaixar no padrão familiar dos Hastings, demora a entendermos como ela foi parar ali e qual a ligação dela com todo o mundo sobrenatural, e quando entendemos e nos acostumamos com tudo isso, a série atira no próprio pé e transforma ela em algo que contradiz tudo que vimos nela durante a temporada.

Não tem nem sentido comentar sobre Garvey e Calvin, os dois meio que protagonizam a série, mas ao mesmo tempo que são mostrados como membros poderosos da família Hastings, eles são os mais frágeis e suscetíveis da trama, chega a dar raiva ver todo o potencial inexplorado deles e toda uma trama, que merecia ser bem trabalhada, sendo jogada no lixo para alimentar uma trama vazia e familiar.

Olhando de uma forma geral, Superstition é uma série de potenciais, vemos a trama beber de todas as referencias e premissas que deram certos em série do gênero do passado, vemos a chance de sucesso para uma trama com elenco principal majoritariamente negro, vemos uma série com mulheres fortes, que lutam e tem poder, como a delegada May, ou que se mostram dominadoras em sua casa, como Bea, e até temos em Tilly a mulher com poder de decisão, que abandonou sua família para construir seu legado ao invés de seguir a cultura de seus progenitores. No fim das contas, temos potenciais inexplorados, uma satisfação pelo fim fechado e um desejo por não ter de presenciar outro desastre desse patamar.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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