Nota
“Como podem terem sido tão frios a ponto de abandonarem seus filhos só porque nos tornamos um inconveniente? É, só que isso tem volta. Seus filhos da puta, está na hora de uma reunião de família!”
Após duas temporadas, The Boys se consolidava como um dos maiores sucessos da Amazon Prime, construindo um universo doentio e absurdo onde super-heróis coexistem com o resto da raça humana. Então, não foi nenhuma surpresa que uma série spin-off fosse anunciada, expandindo o universo e se mostrando tão doentia quanto a original.
Com oito episódios, The Boys Presents: Diabolical é uma série antológica em formato animado que nos apresenta as maravilhas desequilibradas desse rico universo. Sobre o comando de Eric Kripke, a série absorve diferentes elementos, trazendo um agrado tanto aos fãs mais puristas dos quadrinhos quanto aos amantes das temporadas em live-action.
Tendo em média 14 minutos por episódio, as animações apostam em diferentes estilos, sem nunca abandonar a brutalidade característica que tanto amamos conhecer. E é exatamente essa variedade em sua narrativa que traz uma diversão sem tamanho, nos deixando sem saber o que esperar na próxima sequência enquanto observamos as bizarrices mostradas.
Sem uma preocupação em ser canônico em seu conteúdos, os produtores podem inventar novas formas de brincar com os elementos mostrados na histórias, contribuindo dilemas oportunos que variam de acordo com a narrativa. Não é a toa que a obra passe de um bebê cartoonesco repleto de tripas e sangue a um grupo de Supers revoltados com o abandono paternal.
Alguns dos grandes destaques vão para os episódios mais opostos da leva que, curiosamente, são os mais próximos de suas mídias específicas. Eu sou seu Traficante, o terceiro na leva, nos apresenta um Hughie, um Butcher e um Terror mais próximos dos quadrinhos, os colocando em confronto com um vendedor de narcóticos enquanto tenta convence-lo a ajuda-los a cumprir uma missão. O outro destaque fica por conta de Um mais um é igual a dois, o mais próximo a série que tanto conhecemos, onde somos apresentados à origem do Capitão Pátria em sua primeira grande missão como líder d’Os Sete.
A serie ainda nos coloca cara a cara com um episódio bizarro estrelado e dirigido pela Awkwafina, nomeado BFFs – Melhores Amigas, que mostra que nem sempre os produtores têm as melhores ideias para seu enredo. Já John e Sun-Hee traz um dos momentos mais emocionantes e dramáticos da temporada, construindo com maestria uma trama tão emblemática que nos prende a cada segundo de sua narrativa.
Entre altos e baixos, The Boys Presents: Diabolical consegue nos divertir em suas bizarrices enquanto constrói uma ponte entre suas duas mídias base. Aproveitando a criatividade de seus componentes, a temporada traz um curioso entreseasons, nos mantendo atentos ao que pode vir dessa nova leva enquanto matamos a saudade dos personagens que amamos detestar.
Phael Pablo
Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...