Review | The Flash [Season 2]

Nota
4

“De onde eu venho, sou um velocista como você. Lá, eles me chamam de Flash.”

Depois de um ano que o Flash impediu a singularidade, Barry resolveu que quer se tornar um justiceiro solitário, se afastando de seus amigos e sofrendo para se perdoar pelos incidentes consequentes da singularidade, mas quando as coisas começam a apertar para o velocista, ele é obrigado a aceitar o apoio dos seus amigos e de um visitante de uma realidade paralela. Ao mesmo tempo Barry precisa lidar com a libertação de seu pai e os novos rumos que Henry Allen quer dar à sua vida.

Explorando o conceito de multiverso, e expandindo ainda mais o Arrowverse da CW, a série introduz vagarosamente, em seus 23 episódios, a Terra-2 através da chegada de Jay Garrick (o Flash da Terra-2) e seu arquirrival, Zoom, na, agora batizada por Martin SteinTerra-1. A nova temporada traz em Zoom um vilão poderoso, que pretende destruir Barry e começa a trazer meta-humanos da Terra-2 para cumprir a tarefa, ajudando a introduzir personalidades da DC Comics como Al Rothstein (Esmaga-Átomo), Eddie Slick (Demônio da Areia), Tubarão ReiDoutora Luz, Trajetória, entre tantos outros. A nova temporada ainda traz o retorno de Harrison Wells, dessa vez com sua versão da Terra-2, que cria todo o mistério da falta de informações, de não saber se ele é bom ou mau, de não saber se ele é amigo ou está executando só mais um plano maléfico, tudo isso ao mesmo tempo que Cisco começa a descobrir seus poderes de meta-humano, se transformando em Vibro.

Depois de uma primeira temporada extremamente expansiva, ao menos mitologicamente, a série de Greg Berlanti e Andrew Kreisberg conseguiu nos surpreender e iniciar um segundo ano que expande ainda mais a mitologia, usando todo o conceito de multiverso para proporcionar milhares de possibilidades e conexões, capazes de mudar o destino do Arrowverse. O enredo consegue nos mostrar as possibilidades tanto quando mostra que Jay é o Flash da Terra-2, quanto quando traz uma rápida cena easter-egg nos mostrando que, na Terra-2, Oliver Queen morreu no acidente do Queen’s Gambit e seu pai, Robert Queen, retornou vivo e se tornou o Arqueiro/Capuz. A temporada trabalha com a imprevisibilidade através da existência de 52 fendas que conectam as Terras 1 e 2, que são capazes de transportar seres entre os dois mundos e que são usadas por Zoom para transitar entre as dimensões e trazer soldados, e é justamente essa dose do imprevisível que torna a temporada tão emocionante, nos prendendo e nos cativando.

Aos poucos vamos vendo que a Terra-2 não é a único forma de introdução mitológica à série, temos o envolvimento de Cisco com uma barista do Jitters (Ciara Renée), que acaba por se revelar Kendra Saunders (a reencarnação da Sacerdotisa Chay-Ara / Mulher-Gavião); a chegada de Patty Spivot (Shantel VanSanten), que se torna parceira de Joe West na força-tarefa anti meta-humanos e um novo interesse amoroso para Barry; e até a chegada de Wally West (Keiynan Lonsdale), que surge como o filho caçula de Joe, que sua ex-esposa escondeu até descobrir que está perto de morrer. Expansões que aos poucos nos lança em “Legends of Today” (2×08), o segundo crossover de The Flash e Arrow, trazendo o despertar de Chay-Ara, a introdução de Vandal SavageGavião Negro (Carter Hall / Príncipe Khufu) e a premissa para o, já anunciado, Legends of Tomorrow, começando a trama em “Legends of Today” e a finalizando em “Legends of Yesterday” (Arrow 4×08), além de ter uma rápida referencia à entrada de Supergirl no Arrowverse.

A forma como a série consegue se expandir e reutilizar seus atores, usando as terras paralelas para justificar o ressurgimento de mortos e os poderes que surgem em alguns outros personagens, nos surpreende ao provar que a série é capaz de brincar com as identidades, justificando o surgimento de cada vez mais meta-humanos em Central City sem precisar ter que justificar onde eles estariam todo esse tempo. Mais inteligente ainda é a forma como a série se aprofunda nos conceitos de velocistas, nos apresentando até à ‘divinizada’ Speed Force, que muda completamente o ponto de vista que tínhamos da série, abrindo possibilidades e criando novos poderes para Barry. A conclusão nos surpreende não por ser inovadora, mas por ser eletrizante e nos injetar com a adrenalina do embate poderoso entre Flash e Zoom, que deixa pequenas cartas na mesa e joga uma referencias em forma de gancho para a vindoura temporada.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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