Nota
“Nós somos uma egoísta do Arizona, um nerd de gola alta, um monstro narcisista e, literalmente, a pessoa mais idiota que eu já conheci.”
Agora que o quarteto formado por Chidi, Eleanor, Tahani e Jason descobriram que na verdade estão no Lugar Ruim, Michael precisa reiniciar seus planos, apagar as memórias do quarteto e tentar salvar sua reputação, recebendo uma última chance de agradar Shawn ou ser condenado à aposentadoria. O grande problema é que o projeto perfeito de Michael está sempre falhando e, depois de mais de 800 tentativas feitas secretamente, o grande demônio precisa se unir a suas vítimas para salvar sua vida. Mas será que um demônio pode ser mudado? Será que a convivência de Michael com suas cobaias vai mudar sua mente e faze-lo desejar salvar seus novos amigos e manda-los para o Lugar Bom?
A revelação final da primeira temporada da série mudou completamente o rumo da trama inteira, nos lançando numa nova proposta que, apesar de ser completamente saturada e entendiante nos dois primeiros episódios, surge apenas como uma premissa inicial para uma temporada muito mais profunda e auto-reflexiva, nos levando a ver não mais a Eleanor se reavaliando mental e psicologicamente, agora temos uma analise profunda da personalidade, da moral e da ética de Michael, o que torna o show muito mais inteligente. Ao mesmo tempo vemos uma evolução estupenda em Janet que, depois de ser reiniciada mais de 800 vezes, passou por uma série de atualizações que a tornou a versão mais avançada das Janets da história, começando a desenvolver sentimentos humanos, como amor e ódio.
Quando parecia que Michael Schur não poderia nos surpreender, o showrunner nos pega de surpresa ao revelar todos os planos de tortura na proposta de Michael, toda a armação no falso Lugar Bom e ainda nos joga numa temporada tão interessante que nos faz rir ao mesmo tempo que reavaliamos nossos conceitos de bondade e maldade. Temos uma evolução gigantesca nos personagens de Ted Danson e D’Arcy Carden, algo que parece equilibrar o quanto a primeira temporada serviu para evoluir o quarteto torturado, finalizando a segunda temporada com o sexteto protagonista muito mais evoluído e prontos para viver uma terceira temporada intensa, que muda completa e inesperadamente em sua season finale, repetindo o feito do ano anterior e nos surpreendendo novamente com o quão brilhante é a mente de Schur, nos deixando com aquele sorriso torto de orgulho no final.
Apesar de termos evoluções mais discretas em Kristen Bell e William Jackson Harper, vemos uma reflexão mais interna na Tahani de Jameela Jamil, com visões mais profundas da vida da socialite, a revelação da forma como ela morreu e uma reversão completa de sua trama, mostrando mais a fundo suas falhas e a forçando a lutar contra elas, nos fazendo finalmente ver o que a levou ao Lugar Ruim. Manny Jacinto abandona cada vez mais o papel de Jianyu Li, e se revela cada vez mais ser Jason, aprendendo (mesmo que pouco) com seus erros e ganhando novas camadas, além de finalmente se conectar com sua ‘alma gêmea’ e nos fazer nos aproximar cada vez mais de seu personagem. No fim das contas, a segunda temporada de The Good Place nos leva a uma revolucionaria nova trama que nos conquista de forma súbita, nos levando a crer que, apesar da queda inicial da trama, podemos esperar uma terceira temporada muito mais empolgante e cheia de possibilidades, que vai nos deixar num novo patamar e nos levar a novos caminhos.
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.