Nota
“Oi, sou Eleanor. Pode entrar.”
Depois de descobrir que o universo está condenado, e ter ganhando de Gen uma nova chance de mudar a forma de contabilizar os pontos, Michael precisa criar um novo experimento, com quatro novas cobaias, para provar que é possivel aos humanos mudarem e se tornarem bons caso estejam num mundo neutro. Tendo que lidar com as quatro cobaias escolhidas por Shawn, Michael acaba dando a Eleanor o comando desse novo bairro e, junto com o apoio de Jason e Tahani, precisam provar que há bondade dentro de Brent, Linda, Simone e John. O jogo rapidamente vira no momento que Linda se revela ser um demônio infiltrado do Lugar Ruim e Gen decide que Chidi, que apagou sua mente voluntariamente, será considerado a quarta cobaia do experimento.
Surpreendendo a todos, Michael Schur consegue dar uma guinada na trama da série e nos levar a um novo patamar surpreendente, dando muito mais espaço de tela para D’Arcy Carden e Maya Rudolph, o que resulta numa evolução ainda maior de todos os personagens. A nova trama flerta com a inovação, nos levando a ver o sexteto protagonista mudando suas visões sobre todo o sistema, ao mesmo tempo que lutam para provar que o sistema precisa ser renovado. As novas cobaias provam que todos os humanos, mesmo os mais odiosos, podem mudar se tiverem um empurrãozinho para o lado certo, e toda essa trama é potencializada pela forma como a relação de Eleanor e Chidi vai se tornando mais singela, nos mostrando a forma como a relação que vimos evoluir durante os três anos pode interferir no objetivo da experiencia ao mesmo tempo que se torna o ponto mais forte dela, deixando tudo por um fio e nos deixando a ponto de ver Eleanor estragar tudo por conta de seu sentimento.
Toda a evolução que Ted Danson e D’Arcy Carden alcançam nessa temporada é gratificante, as camadas que surgem nos personagens de Jameela Jamil, Kristen Bell e Manny Jacinto são tão sublimes que aos poucos vamos nos surpreendendo do quanto o grupo foi capaz de mudar de uma forma tão ampla e bem definida. Nos surpreendendo ainda mais, temos a evolução gigantesca do personagem de Marc Evan Jackson, que nos mostra uma profundida intima em Shawn, dando uma personalidade completamente nova ao chefe dos demônios do Lugar Ruim. As evoluções que essa temporada proporciona vai além do elenco regular, nos deliciamos com a evolução de Vicky (Tiya Sircar) e com todo o desenrolar desta, que se torna a temporada final do show.
A quarta, e última, temporada de The Good Place surge como um agrado a nossos egos, nos levando a uma finalização esperada ao mesmo tempo que nos surpreende com a forma surreal que as coisas assumem. Schur consegue se renovar com seus novos rumos ao mesmo tempo que nos leva a uma aventura empolgante até que chegamos a “Patty” (4×12) e “Whenever You’re Ready” (4×13), que nos faz presenciar praticamente uma quinta temporada sendo divida em dois episódios, garantindo a finalização de todas as tramas, núcleos e histórias, garantindo que não teremos pontas soltas e que tudo vai ficar bem no final.
Como se não bastasse uma trama tão redentora, a temporada ainda nos brinda com as participações especiais de personalidades como Timothy Olyphant e Lisa Kudrow e com a participação de tantos personagens que marcaram presença ao longo da história da série, garantindo uma conclusão na jornada pessoal de cada protagonista e a criação de um precedente único, que garante o surgimento de um sistema totalmente novo e mais eficiente de vida pós-morte. No final, tudo que nos resta é desejar que The Good Place tenha alcançado pontuação suficiente para que, após alcançar sua finitude, possa repousar no Lugar Bom.
“Não há respostas, mas Eleanor é a resposta.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.