Nota
“Disseram que seria como pular numa corrente invisível que te leva embora.”
OA levou um tiro no peito durante o atentado da escola, mas os cinco escolhidos cumpriram sua missão, eles fizeram os movimentos, os 5 movimentos mágicos, e o túnel foi aberto, Prairie pulou, ela foi levada para um universo paralelo, um lugar onde ela nunca entrou no ônibus, onde ela não passou pelas EQM, onde ela nunca foi cega, onde ela nunca foi adotada, onde seu pai morreu anos depois, onde ela é rica, um universo onde ela é Nina e nunca conheceu Homer… Mas ela não é a única que pulou.
A segunda parte de The OA chegou ao Netflix em 22 de março de 2019, quase dois anos e meio depois de sua temporada inicial, e veio com muito mais perguntas para desejarmos entender, e, ao mesmo tempo, iniciou com um intenso “Angel of Death”, que nos jogou (junto com OA) em um novo mundo onde precisamos decifrar tudo que está acontecendo, além de buscar descobrir os planos de Hap, o Caçador de Anjos, que veio a essa dimensão assim como Prairie, e está envolvido em algo bem obscuro.
Estamos agora vendo as tramas de dois mundos, temos Hap, Scott, Rachel, Renata e Prairie nessa nova dimensão, a dimensão para onde Homer ia em seus EQM, onde todos se projetaram para dentro os corpos de suas versões nesse mundo paralelo, mas, por um mistério gigantesco, Homer não conseguiu atravessar. No mundo que regeu a primeira temporada vemos o quinteto de OA lutando para encontrar seu anjo, e tudo fica ainda mais intenso no momento em que Rachel aparece para Buck, o que inicia uma longa viagem perigosa e cheia de problemas. Temos então duas realidades paralelas e muito mistério a ser resolvido.
As novidades do elenco chamam a atenção, temos no elenco regular a chegada de Kingsley Ben-Adir, que vive o papel do Detetive Karim Washington, um detetive particular que foi contratado para encontrar Michelle Vu, uma jovem garota asiática que se envolveu com um jogo que a fez desaparecer, a contraparte de Buck nessa realidade, e, durante a investigação, as pistas acabam levando o homem a Nina (contraparte da OA) e Dr Percy (contraparte de Hap), dois comparsas de um crime que se tornaram inimigos no momento em que assumiram uma nova alma, ele se torna rapidamente o único amigo de OA e a ajuda a entender os mistérios criminosos que Nina fazia parte.
Um personagem que aparece rapidamente mas se destaca instantaneamente é Velha Noite, um polvo fora do comum, que abriga dentro de si a consciência do anjo Azrael, ele se comunica com Nina e nos revela que a mulher era uma médium, e é ele também quem consegue enxergar que se deparou com OA, um anjo como ele, uma viajante interdimensional, e a faz enxergar o quanto sua missão é essencial para o mundo, um personagem que aparece por poucos minutos mas nos marca mais que muitos coadjuvantes, nos marca mais do que Pierre Ruskin, mais que Fola, mais que Mo, mais que Elodie, mais que muitas pessoas que são essenciais para os caminhos que a trama toma, mas que não nos marcam de forma tão forte, o que é uma pena já que temos tanto potencial inutilizado.
E se a primeira temporada da série foi massante e sofrida, a segunda parte chega com uma fluidez incrível, sendo muito mais fácil de assistir e com muitos mais mistérios para devorarmos, nos guiando até o estupendo “Overview” (2×08), que mostra o que é uma finale de respeito e, mesmo repetindo partes do roteiro da primeira temporada, consegue se superar e nos jogar num desejo intenso pela terceira temporada, apresentando fatos que nos fazem ficar sem entender que destino alguns dos personagens levaram, mas tendo certeza que a Netflix foi capaz de mexer com nossa sanidade ao nos fazer duvidar até da realidade. A segunda temporada de The OA tem uma meta, expandir completamente o universo da série, e essa meta é cumprida de uma forma gigantesca a ponto de nos fazer entender que a primeira temporada não foi nem a ponta do iceberg que representa a mitologia da série.
“- Como se protege uma nascente?
– Construindo uma casa que é um quebra-cabeça. Os merecedores verão as revelações do outro lado do vitral de rosácea no sótão, e os não merecedores , ficarão presos e serão destruídos.”
Icaro Augusto
Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.