Review | The Sex Lives of College Girls [Season 2]

Nota
4.5

“Estou tirando prints, mas com o cérebro, para mais tarde.”

Chegou o momento de retornar ao campus da prestigiosa Essex College, reencontrando nossas quatro protagonistas vivendo novos momentos da vida universitária: Bela está em sua jornada para começar o The Foxy, seu clube de comédia inteiramente feminino, combatendo o machismo da Catullan; Whitney está em crise pelo fim da temporada de futebol; Kimberly está buscando formas de pagar pela faculdade, agora que perdeu sua bolsa depois de filar na prova; e Leighton está tentando ajudar suas colegas a lidar com os diversos problemas enquanto segue se descobrindo, agora que se assumiu para as colegas de quarto. Como se não bastasse os problemas individuais, o grupo passa a ser perseguido pela Theta, depois que a denuncia de Kimberly causou a expulsão de Nico e uma punição para os membros restantes da fraternidade, e temos a chegada de Jackson, um refugiado climático bonitão que deixa as garotas balançadas e com os hormonios a flor da pele, e quando não está na aula está transando barulhentamente no quarto ao lado.

Um novo semestre traz novos desafios para a vida das universitárias, e Mindy Kaling sabe exatamente como desenvolver a história que começou uma temporada antes, começando o novo ano com uma atmosfera muito mais confortável, nos provando que conhecemos o quarteto protagonista o suficiente para sermos um quinto membro do grupo, e prometendo uma jornada de evolução para cada uma delas, encontrando seus próprios dilemas para amadurecer ao mesmo tempo que acabam reconhecendo a importancia da amizade como ponto de apoio. Mais interessante é vislumbrar toda a transformação que os dez episódios de cerca de 30 minutos proporciona às protagonistas, nos entregando Bela, Kim, Whitney e Leighton em um status quo interessante em “O Inverno Está Chegando” (2×01) para concluir o show com um “Loteria dos Quartos” (2×10) cheio de reviravoltas, criando diversos novos dilemas e mostrando que, mesmo depois de amadurecer e evoluir, as vezes a vida na universidade pode deixar essas amigas exatamente com os mesmos dilemas que sempre tiveram.

Pauline Chalamet começa a ser deixada mais de lado com sua Kimberly, principalmente agora que seu plot, apesar de extremamente necessário, parece não ornar com a vibe que o show escolhe seguir. Mesmo quando sua história cruza com a de Jackson ou a de Canaan, tudo parece muito empurrado com a barriga, como se o show buscasse apenas manter a vida de Kimberly seguindo em frente, sem grandes melhorias. Amrit Kaur é quem acaba ganhando muito drama como Bela, com sua relação conturbada com Eric e suas aventuras sexuais, mas principalmente com todos os problemas que vem junto com a criação da The Foxy. Alyah Chanelle Scott acaba entregue a uma jornada de busca de identidade com Whitney, principalmente agora que ela precisa ser algo além da craque de futebol, algo que abala sua relação com Canaan e a leva a conhecer Andrew, mas que também a leva a encontrar sua vocação nas aulas de Bioquímica. Reneé Rapp é quem acaba tendo a maior jornada de desenvolvimento com sua Leigthon, agora sendo abertamente lésbica no campus, o que a permite viver realmente sua vida sexual entre as universitárias, mas acaba atraindo diversos novos problemas para sua vida, como clamídia e a Tatum.

A segunda temporada de A Vida Sexual das Universitárias consegue transformar o bom em algo ainda melhor, tratando temas importantes e quebrando tabus sobre sexualidade feminina de uma forma leve e divertida, ultrapassando a vibe American Pie e conseguindo se equilibrar melhor como uma divertida dramédia. Apesar de nem todas as personagens ter o mesmo destaque no decorrer dos episódios, fica claro que a temporada soube dar enfase a cada dilema e desenvolveu de forma interessante cada um dos plots, deixando até espaço para desenvolver o mal acabado plot envolvendo Leighton e Alicia, sabendo até o ponto certo da temporada para garantir que esse desfecho seja executado por uma Leighton mais madura e consciente. A trama usa todo o talento de seu elenco para arrancar boas risadas, entregando diálogos muito bem escritos e inteligentes e até uma season finale que deixa o espectador cheio de expectativas, se consolidando como uma das melhores comédias disponiveis no HBO Max.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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