Review | What If…? [Season 1]

Nota
4.5

“Tempo, espaço e realidade são mais do que caminhos lineares, são um prisma de possibilidades sem fim […]
Eu sou o vigia, o seu guia através dessas vastas novas realidades.”

Multiverso agora é uma realidade, e isso fez com que várias linhas do tempo alternativas coexistam, onde pequenas mudanças criam um efeito borboleta capaz de mudar completamente os eventos que conhecemos através dos filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Sendo guiados por Uatu, O Vigia, somos incentivados a conhecer algumas dessas múltiplas possibilidades, entendendo ‘o que aconteceria se’ certos marcos importantes do MCU fossem mudados: E se Peter Quill nunca tive sido sequestrado? E se Steve Rogers nunca tivesse virado o super soldado? E se os Vingadores nunca tivessem se unido? E se Thanos nunca tivesse iniciado o genocídio galáctico? E se um vírus zumbi infectasse os heróis do MCU? E se Ultron tivesse vencido a batalha?

Depois dos eventos de Loki, uma grande porta se abriu no MCU, e foi nas mãos de Ashley C. Bradley que o Disney+ entregou a missão de explorar a brecha aberta pela criação do Multiverso, missão que a roteirista cumpriu através de uma série antológica animada. Famosa e premiada por seu trabalho na série Trollhunters: Tales of Arcadia e 3Below: Tales of Arcadia, Bradley se uniu ao cineasta Bryan Andrews, que trabalhou como artista de storyboard em vários filmes da Marvel e da saga Star Wars, para garantir a entrega de um resultado aceitável e que fizesse jus à premissa, o problema é que ninguém esperava que o nível entregue pela dupla estaria muito acima do esperado, usando o artificio da animação para quebrar todas as barreiras existentes quando se trata do orçamento disponível para uma série de streaming. Estreando em 11 de agosto de 2021, a produção apresenta nove episódios, de cerca de 30 minutos, que nos dá uma pequena amostra de cada uma das novas realidades e culmina, em 6 de outubro, com um evento grandioso que valoriza ainda mais a existência da série e sua potencial importância para a quarta fase do Universo Cinematográfico Marvel, da qual faz parte.

Como se não bastasse ter total liberdade para explorar as diversas possibilidades do multiverso, a produção ainda foi muito além ao expandir as possibilidades para o futuro do MCU e ao deixar pequenas deixas que podem se transformar em grandes evoluções se forem bem usados nos próximos filmes da empresa. Se aproveitando da série de histórias em quadrinhos da Marvel O que Aconteceria Se…, a produção, mesmo sem adaptar diretamente os eventos das HQs, usa sua proposta para brincar com a realidade, mostrando até variações reais existentes nas HQs, o que rapidamente se torna uma profusão de fanservices para o publico. Além de Uatu, que surge como narrador dos eventos, sempre deixando claro que não pode interferir e sendo dublado por Jeffrey Wright, a série também nos apresenta conceitos preciosos para o futuro do UCM, como o Ponto Absoluto do Tempo, o Limbo do Multiverso e o Juramento do Vigia, e personagens cheios de potencial, como o Doutor Estranho SupremoCapitã Carter (uma versão feminina do Capitão Britânia), O-Bengh e algo que parece ser Shuma Gorath.

Apresentando histórias totalmente novas mas que ainda nos são familiares, What If…? surpreende ao propor interpretações inusitadas pra personagens amados e nos presentear com algumas das melhores sequências de ação do estúdio, contribuindo com seu visual toon shading fruto da união dos estúdios Squeeze, Flying Bark Productions e Blue Spirit. Sob o comando de Stephan Franck, a animação completa a natureza sombria e trágica que define a série, se aproveitando da possibilidade de apresentar o que nunca aconteceria no UCM para engrandecer ainda mais seu roteiro, um roteiro que, apesar de ser desigual como quase qualquer série de antologia, começa morno e depois vai nos cativando a medida que vai pegando o jeito, sempre trazendo inúmeras referencias aos filmes do UCM e à cultura pop. A série chega a “What If… The Watcher Broke His Oath?” (episódio 9) pronta para ser a produção mais Marvel de todo o UCM, sem precisar se sobrecarregar pela necessidade de se ajustar a um cânone ou provocar interesse nos futuros próximos, uma característica que só cooperou com a renovação do show para uma segunda temporada com mais nove episódios.

“Ele está no caminho errado. Eu poderia avisar e intervir, mas o destino desse universo não vale o risco para a segurança dos outros.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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