Nota
Retornando agora para cumprir um papel paterno, John Rambo (Sylvester Stallone) desfruta de uma vida pacata ao habitar um rancho deixado por seu pai, localizado entre as fronteiras do México e os EUA, ao lado de sua ‘família’ composta por Maria (Adriana Barraza) e Gabrielle (Yvette Monreal), a jovem que carrega um passado triste, por ter sido abandonada quando criança por seu pai biológico, após o falecimento de sua mãe.
Após as intensas cenas iniciais, que se desenrolam durante uma catástrofe natural nos Estados Unidos, uma tempestade que causa enchentes e deslizamentos, vemos o longa ficar mais intenso quando dúvidas sobre o passado de Gabrielle, a fazendo querer conhecer seu pai, contando com a ajuda de uma antiga amizade para localiza-lo, mesmo depois de ser aconselhada a não ir, recebendo alertas sobre os motivos do abandono. Gabrielle parte para o México mesmo sem saber o que lhe aguardava, encontrando apenas a frustração da qual já havia sido alertada e acabando em uma boate mexicana, na tentativa de amenizar a dor que sentia no momento.
Quando o seu Tio John descobre que a sobrinha foi em busca do pai, ele perde os sentidos por um momento, por saber o perigo que o estado do México pode oferecer. O homem vai em busca da jovem, acabando por esbarrar na jornalista Carmem Delgado (Paz Vega), que havia perdido sua irmã para o trafico de garotas agenciado pelos irmãos Victor (Óscar Jaenada) e Hugo Martinez (Sergio Peris-Mencheta). É nesse momento que descobrimos onde Gabrielle se encontra e vemos o sentimento de fúria tomar conta de Rambo, resgatando a real essência do personagem.
Utilizando uma fotografia inspirada nos anos 80, mesclando tons de laranjas e marrom, a produção vai narrando a violenta naturalidade vivida por quem atravessa a fronteira para o México. Distinguindo-se assim dos filmes anteriores da franquia, já que este trabalha mais abertamente a relutância do personagem em mostrar seu lado vulnerável e emotivo, deixando claro que Rambo fica abalado diante da perda de Gabrielle e que a considera como uma filha.
Infelizmente a atuação de grande parte do elenco não conseguiu suprir todas as expectativas prometidas, o pouco dialogo que houve foi monologo de diversas formas e típicos clichês de filmes do gênero, dando pouca visibilidade às atrizes no enredo, com um roteiro que se obriga, de certa forma, a enfatizar à masculinidade e à violência mutua em ação. Seu protagonista, interpretado por Stallone, mantêm uma aparência superficial para a sua idade, mesmo que não consiga esconder sua fisionomia desgastada, por outro lado as rápidas cenas de combate entregam agilidade precisa que é exigida para o personagem, deixando a desejar no combate corpo-a-corpo.
Apesar de não ter sido bem recepcionado pelo publico, provavelmente por seu argumento dando apologia à violência e por seu contexto final ser sobre a sede de vingança com as próprias mãos. O longa ainda se encerra com um pós-credito recheado de cenas da trajetória de Rambo, durante os 40 anos da franquia, composta por 5 longas, se despedindo com um rápido flashback de “Até o Fim”, o longa deixa a entender que podemos ter finalizado a onda de subsequentes filmes da franquia protagonizados por Stallone.
“Eu quero vingança. Eu quero que eles saibam que a morte está chegando, e não há nada que possam fazer para impedir isso.”