Crítica | Pokémon 3: O Feitiço dos Unown (Pokémon – The Movie 3: The Spell of the Unown)

Nota
2.5

“Eu nasci dos seus sonhos. Se você acreditar em mim não a nada que eu não possa fazer.”

Spencer Hale é um renomado pesquisador pokémon especializado nos monstrinhos lendários e seus mistérios. Extremamente ligado à sua filha Molly, Spencer aproveita o máximo de tempo que possui com a garota, sempre sendo interrompido por novas descobertas e artefatos que exigem sua atenção. O ultimo deles foi um chamado inoportuno de seu assistente, informando-lhe sobre uma nova descoberta que podia elucidar o mistérios de sus mais recente: os misteriosos Unown.

Determinado a descobrir a verdade, o pesquisador parte para as sombrias ruinas em busca dos hieróglifos, descrevendo uma história que ele não consegue compreender. Mas, o que realmente chama sua atenção é a misteriosa caixa repleta de peças representando diferentes tipos de Unown, que parece emanar uma luz chamativa que guia o professor para um mundo desconhecido. Após receber a notícia do desaparecimento do pai, Molly se sente ainda mais isolada do mundo. Desconstruindo a misteriosa caixa que seu pai encontrou, a garota começa a espalhar as peças e faz um pedido silencioso que desperta as poderosas forças adormecidas dentro do artefato.

Enquanto isso, Ash Ketchum continua sua jornada pela região de Johto, em busca de insígnias e aventuras eletrizantes. Após batalhar com uma treinadora, Ash, Misty e Brock decidem visitar o centro pokémon de Greenville e conhecer as famosas planícies floridas do local. O que eles não esperavam era encontrar um cenário caótico, onde a pacifica cidade aos poucos vai sendo transformada em uma verdadeira fortaleza de cristal.

O estranho acontecimento desperta a curiosidade e a apreensão da Sra. Ketchum e do Professor Carvalho, que reconhecem a mansão que se encontra no epicentro do evento e são amigos do pesquisador que ali mora. Após uma breve reunião com seu filho, a mãe de Ash se vê encantada e raptada por um misterioso Pokémon, chamado de Entei, que a arrasta para a mansão Hale. Determinado a recuperar a mãe, Ash, Pikachu e seus amigos partem para a fortaleza de cristal prontos para enfrentar o mais novo desafio que se coloca no seus caminho… antes que seja tarde demais para impedir o poderoso feitiço que tomou o lugar.

Após dois filmes muito bem avaliados, Pokémon entra em seu terceiro arco e encara uma nova jornada repleta de perigos e aventuras. Mas, assim como a jornada que lhe da nome, o novo capitulo cinematográfico do anime tem seus problemas e promete ser muito mais do que realmente é.

Dirigido por Kunihiyo Yuyama e roteirizado por Hideki Sonoda e Takeshi Shudo, Pokémon 3: O Feitiço dos Unown traz uma trama visualmente atraente mas oca e sem espirito. Chega a ser frustrante encarar todo o potencial que o filme tem ser jogado pela janela para criar uma trama vazia e sem vontade própria. Se os outros dois filmes pareciam jornadas épicas, que mereciam ser contadas, esse soa fraco e raso comparado aos seus predecessores.

A historia gira em torno da magia dos Unown e seus fabulosos poderes, mas ate mesmo eles entram sem dizer muita coisa e saem como se nada tivesse acontecido trazendo mais perguntas que respostas para sua presença no longa. Não é a toa que o filme precisa nos relembrar constantemente os causadores do evento, pois senão esqueceremos fácil da sua presença até o arco final da trama. O mesmo pode se falar de Entei, o grande chamariz para o longa.

O cão lendário surge aqui como um fantoche apenas criado para realizar as vontades e desejos de Molly… por mais insanos que eles possam parecer. O pokémon, embora seja um reflexo frágil da personalidade do pai da garota, só ganha uma vontade real nos minutos finais da animação, passando todo o resto apático e sem vida, sendo tão distinto das filosofias profundas apresentada por Mewtwo ou do propósito heroico de Lugia.

A Equipe Rocket faz uma tênue participação sem muito o que acrescentar a historia, onde eles mesmo parecem reconhecer sua insignificância perante o enredo em um dos melhores momentos do longa onde Meowth quebra a quarta parede e questiona se terão papéis mais importantes nos próximos longas da franquia.

Delia Ketchum ganha uma importância maior aqui. Visando refletir a cena emocional do final do segundo filme, a mãe de Ash ganha novos contornos e tenta amenizar a solidão da garota, mas, mesmo com toda sua bondade, ela não se importa de virar as costas para a menina e sair de uma enrascada com o filho (errou feio Sra Ketchum). Ash tem uma motivação mais concreta, procurando salvar a mãe e trazer Molly de volta à realidade, mostrando todas as vantagens que o mundo pode proporcionar. É uma ótima evolução pro personagem,que foi realmente bem construído em meio a toda ilusão proposta no filme.

Molly esconde sua dor em meio a um mundo fantasioso, onde tudo é perfeito pra ela. Entendemos a motivação da personagem e até criamos um certo carinho por ela, mas isso foge do controle quando o próprio filme parece criar um aspecto birrento de uma criança de 5 anos, que não deseja acordar pra realidade e receber um não como resposta.
Um grande acerto são os mundo criados para o longa. Utilizando a imaginação infantil, o filme nos transborda com cenários deslumbrantes e encantados que enchem os olhos e aquecem a alma mas, como todo o resto, parece mal utilizado, apenas uma ilusão para desviar a atenção dos erros cometidos.

Em meio a cenários magníficos e pouca vontade própria, Pokémon 3: O Feitiço dos Unown tinha tudo para ser um novo sucesso da franquia, mas se perdeu no meio de suas ilusões ao tentar ser algo que não conseguiu. Embora tenha momentos verdadeiramente agradáveis, o longa não consegue superar seus defeitos e afunda, em um caótico declínio de alguém que voou muito próximo ao sol mas nunca conseguiu de fato enxergar a sua luz.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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