Review | Scream [Season 2]

Nota
3

“A Piper morreu. Nós a matamos. O filme acabou. Já está nos créditos. Sai do cinema!”

Depois que descobriu que Piper Shaw era sua irmã mais velha, que assumiu o manto de Brandon James para aterrorizar a população de Lakewood, Emma acabou vivendo sob pressão até que surtou, o que a fez ser internada. Agora, três meses depois, Emma teve alta e deve voltar a sua vida comum, voltando para a cidade onde Os Seis de Lakewood (os sobreviventes do Gran Finale de Piper) se tornam lendas e onde Audrey é conhecida como uma heroína. Mas a atenção pelos feitos do grupo podem não ser tão boas, principalmente quando um novo assassino parece surgir, assumindo a máscara usada por Brandon e Piper, e cercando os seis sobreviventes lendários.

Agora que os seis sobreviventes foram elevados ao grau de protagonistas, uma grande motivação os torna os grande alvos, mas com a chegada de um novo assassino, é também o momento da ascensão de novos personagens ao elenco regular, os novos chegados a Lakewood, que podem ser os principais suspeitos ou as principais distrações. Com a morte do Xerife Hudson, a delegacia local é assumida pelo Xerife Miguel Acosta, que volta à cidade depois de anos junto com Stavo, seu filho que passa a estudar na escola local e rapidamente fica obcecado por Brooke; Outro aluno da escola local que se destaca é Zoe Vaughn, que nutre uma paixão secreta por Noah e começa a se aproximar de Emma; Kevin Duval, o pai de Emma, é outro residente que resolve voltar depois de anos, querendo se reaproximar de sua filha e sua ex-esposa.

A morte de Clark também deixa Kieran órfão, o que faz a sua tia, Tina Hudson, ter que vir para Lakewood e se tornar sua tutora, trazendo para cidade o intrigante Eli Hudson, filho de Tina, primo de Kieran e que, inusitadamente, começa a perseguir Emma; temos ainda Haley Meyers, uma outra aluna local que começa a perseguir Audrey, querendo destruir a reputação de heroína da garota, e Kristen Lang, a nova professora que parece estar muito interessada no estado psicológico de Emma, deixando um clima nefasto no ar. Fica cada vez mais claro que Piper tinha um cúmplice, uma pessoa que está pronta para vingar a morte da moça, ou seria apenas um pai voltando dos mortos para vingar a morte de sua filha? Quando os seis sobreviventes ficam na mira do assassino, fica mais dificil de saber se temos um novo assassino a solta, um antigo personagem seguindo o plano, ou se tudo isso não é um dos sobreviventes que resolveu assumir o manto por algum motivo escuso.

Com seus doze episódios de cerca de 40 minutos, o show da MTV se perde em sua trama de uma forma angustiante. A trama tenta reavivar o sucesso da primeira temporada, tentando replicar o primor de Wes Craven, mas parece que o cineasta levou toda a sua maestria para seu túmulo, quando acabou falecendo em 2015, e mesmo seguindo toda a base que o produtor executivo deixou para trás, a trama não sabe repetir o envolvimento que teve e isso é o que torna tudo ainda mais decepcionante. É revoltante ver que a série resolve batizar cada um de seus episódios com títulos de filmes de terror slasher, tentando trazer a essência por trás do titulo para os acontecimentos de cada episódio, uma ideia fantástica que poderia ter se tornado uma obra de arte se tivesse o controle criativo certo por trás.

E quando parecia que tudo não podia piorar, eis que o show nos apresenta os episódios 13 e 14, um especial de Halloween que se passa 8 meses após “When a Stranger Calls” (episódio 12) e acrescenta novos fatos à trama do assassino de Lakewood, além de levar os quatro sobreviventes restantes para um novo ambiente, a Ilha dos Assassinatos, onde Noah precisa conhecer a lenda de Anna Hobbs e escrever sua nova ficção, o que os garotos não esperavam é que o assassino de Lakewood iria os acompanhar nessa viagem.

Fica claro a cada cena a evolução que teve a atuação de Willa FitzgeraldBex Taylor-Klaus, as garotas tomam a dianteira no enredo dessa nova temporada e consegue se aprofundar magistralmente nos sentimentos de suas personas, elas conseguem deixar clara a dúvida de até onde tudo é real e até onde tudo pode ser resultado da mente culpada de Audrey ou da mente traumatizada de Emma. Chegando em desvantagem, tendo que competir com todo um elenco que já teve tempo suficiente para conquistar o público, temos Santiago Segura, que nos surpreende com a personalidade que emprega a Stavo, dando todo o ar mórbido e misterioso ao garoto que o faz ficar o tempo todo entrando e saindo da lista de suspeitos do público, nos conquistando da forma mais inesperada e rapidamente garantindo seu destaque no elenco principal, tendo uma aura forte o suficiente para nos fazer deixar até John KarnaAmadeus Serafini de lado.

A personagem de Carlson Young muda completamente nessa nova temporada, passando por uma evolução completa que faz toda a personalidade fútil, que vimos na primeira temporada, desaparecer, Brooke se torna uma vítima, ela passa a sofrer e mostrar todo o seu lado frágil, nos fazendo nos apegar ainda mais à garota. A segunda temporada surge como maior prova que não se deve mexer no que está bom e, principalmente, é extremamente complicado ser capaz de ter a alma de Craven numa trama que não teve a interferência ativa do gênio do terror.

“Ou talvez, Lakewood, sempre será Murderville”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *