Resenha | A Sociedade do Anel

Nota
5

“- Você ainda não sabe do perigo real; mas saberá. Eu não sabia ao certo da ultima vez que vim aqui; mas agora chegou a hora de falar. Dê-me o anel por um momento.”

Há muitos anos, durante a segunda era, os anéis de poder foram forjados e entregues aos poderosos representantes das raças, em sinal de boa fé. Nove foram distribuídos entre os reis e feiticeiros humanos, sete para os líderes das casas dos Anões e três para os senhores élficos, que guardaram seu poder e os usaram com sabedoria.

Mas no fogo da Montanha da Perdição, em segredo absoluto, o senhor do escuro, Sauron, forjou um único anel. Um anel com poder sobre todos os outros, um anel repleto de escuridão, tão maléfico quanto seu dono. Após uma longa batalha que trouxe a última aliança entre homens e elfos, o senhor do escuro foi derrotado e seu anel caiu nas mãos facilmente manipuladas dos humanos, até que, por vontade própria, sumiu desse mundo e se tornar apenas uma lenda.

Anos depois, na pacata região do Condado, Bilbo Bolseiro prepara a maior festa de todos os tempos. Após um longo discurso de aniversário, o velho Hobbit desaparece perante seus convidados, deixando todos os presentes atônitos, menos um jovem que tudo sabia. Frodo tinha plena ciência dos planos do tio, exceto por um detalhe… o rapaz acabou herdando não só os bens de Bolseiro como também o Um Anel.

Após consultar Gandalf, o Cinzento, Frodo espera o sinal para partir do seu lar e entregar o artefato a mãos mais competentes. Mas, durante seu caminho, o rapaz acaba encontrando perigos superiores a qualquer um que pudesse ter imaginado. Junto com seus companheiros Peregrin Tûk, Meriadok Brandebuque e o fiel Samwise Gimge, o pequenino embarca na maior aventura de sua vida, carregando um fardo maior do que é capaz de suportar.

O nome de Tolkien tornou-se sinônimo de alta fantasia, por seu universo fantástico bem estruturado que transporta seu leitor por todas as maravilhas ali presente. A construção de seu enredo, o detalhamento em suas obras e a riqueza de seus detalhes já era algo óbvio para seus leitores, que acompanharam uma jornada mais infantil ao seguir um pequeno hobbit e um grupo de anões que decidiram recuperar seu tesouro das garras de um furioso dragão. Mas esse era apenas o primeiro passo de uma historia que estava prestes a evoluir.

O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel é o primeiro volume de uma trilogia magnífica, que apresenta em todo seu esplendor o universo criado em O Hobbit. Continuando a jornada iniciada de forma despretensiosa, o autor nos mergulha de vez em seu universo criando uma trama mais densa e poderosa enquanto descobrimos novos horizontes pouco explorados.

Com uma jornada heroica mais presente, o autor toma seu tempo para construir seu ambiente trazendo um detalhamento profundo e uma linguagem mais rebuscada que pode assustar o leitor iniciante. São línguas, raças, histórias e subtramas que trazem um tom mais épico à narrativa, abandonando de vez a narrativa mais amena e fabulesca com a qual nos acostumamos. O mundo mudou e está ainda mais sombrio.

Dividido em duas partes, o livro acompanha a jornada de Frodo, que descobre seu tio lhe deixou um fardo maior do que muitos aguentariam. Colocar algo tão poderoso e maligno nas mãos de alguém tão pequeno e inocente é uma das melhores sacadas da trama, onde valorosos guerreiros poderiam ser corrompidos e usados para artimanhas nefastas. Não é a toa que inúmeros personagens mais fortes são testados, chegando ao seu limite e reconhecendo o poder do artefato enquanto ele continua a carregá-lo.

Frodo é humilde e determinado, trazendo uma personalidade mais madura do que a que estávamos acostumados na adaptação de Peter Jackson. Junto com seus nove companheiros da comitiva, o personagem vai ganhando novas camadas ao entender seu papel como portador do Anel.

Gandalf retorna como guia do grupo, guiando-os e os aconselhando por boa parte da jornada, enquanto tenta desvendar os desejos sombrios do Anel. Aragorn traz um ar heroico e amadurecido de alguém que tem medo de confrontar o seu destino mas esta preparado caso aconteça. O misterioso guardião demostra uma serie de virtudes valorosas além de se manter fiel a tudo que acredita.

Boromir não consegue entender o porquê não utilizar o poderoso artefato contra o inimigo. Orgulhoso e bravo, o Capitão-General de Gondor sempre se mostra interessado pelos afazeres de Frodo, e um tanto quanto ranzinza quando suas sugestões não são atendidas. Boromir é o balanço perfeito para Aragorn, trazendo uma boa dualidade entre a raça dos humanos e suas representações na Terra-Média. Outro ponto interessante é a inusitada amizade entre Gimli e Legolas que, por fazerem partes de raças rivais, constroem algo magnifico durante sua jornada.

Pippin e Merry trazem boa parte do alivio cômico, demostrando uma desenvoltura sem igual e despertando nosso carinho durante a jornada. Já Sam trabalha um contato mais emocional ao mudar tudo aquilo que conhece e ama para ajudar seu mestre. Ele é gentil, prestativo e extremamente companheiro, demostrando todas as qualidades que só um verdadeiro amigo pode trazer.

O livro ainda nos apresenta poderosos personagens, que se tornam tão marcantes quanto a obra em si. Como é o exemplo de Tom Bombadil, um sábio ser com poderes inimagináveis, e a brilhante Senhora Galadriel, que encanta e apavora com a mesma intensidade, despertando um misto de emoções ao leitor. No lado obscuro temos os Expectros, sombras nefastas dos antigos reis humanos que foram corrompidos pelo poder de Sauron e agora existem apenas para cumprir sua vontade.

As descrições dos ambientes é algo formidável. Seja pela sombria e sufocante Moria, pela grandiosa Valfenda, a etérea Lothlórien ou a imponente Emyr Muil, todos as locações pela qual passamos são brilhantemente descritivas, a ponto de imaginarmos cada mínimo detalhe que o autor quis passar.

Poderoso e inebriante, O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel da o pontapé inicial para uma das maiores obras da literatura fantástica. Com um poder imaginativo sem precedentes, a jornada pela Terra-Média tornou-se um referencial de escrita, mostrando toda grandiosidade de seu ator na construção de seu universo. Não é a toa que a obra foi tão amada por seus fãs e, ainda hoje, se mostra tão forte quanto quando foi escrita.

“Um Anel para todos governar. Um Anel para encontrá-lo,
Um Anel para todos trazer e na escuridão aprisioná-los.”

 

Ficha Técnica
  Livro 1 – O Senhor dos Anéis

Nome: A Sociedade do Anel

Autor: J.R.R. Tolkien

Editora: Martins Fontes

Skoob

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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