Review | Gossip Girl [Season 5]

Nota
4

“Serena, é a chance de você ter sua própria voz. Acabar com as fofocas e finalmente controlar sua própria imagem. Você não está cansada de ser uma marionete da Gossip Girl?”

Ah, os ares da Califórnia, repleto de sol, praias e tudo que um jovem nova-iorquino poderia desejar. Seja para um bom trabalho na indústria do cinema ou aproveitar a vida ao máximo, tudo parece promissor, descontraído e… Escandaloso. Serena van der Woodsen (Blake Lively) sabe bem disso.

A It Girl mais badalada de Nova York conseguiu um trabalho inesperado e investe todo o seu tempo em faze-lo funcionar enquanto Nate (Chace Crawford) vive uma aventura de verão e Chuck (Ed Westwick) vive perigosamente para esquecer o amor perdido. O problema é quando as férias na Costa Oeste passam a interferir na vida de Manhattan, trazendo tudo aquilo que eles procuravam esquecer.

Enquanto todos tentam reestruturar suas vidas, Blair Waldolf (Leighton Meester) vive seu próprio conto de fadas. Tendo aceitado se casar com o Príncipe Louis (Hugo Becke), a Queen B nova-iorquina se prepara para assumir seu lugar no trono Dinamarquês. Com o casamento do século cada dia mais próximo, uma bomba inesperada esta prestes a estourar no Upper East Side.

Dan (Penn Badgley) percebe que seu livro está prestes a ser lançado sem seu consentimento, trazendo a tona um presente de despedida de Vanessa. Acontece que a narrativa expõe o pior dos seus amigos e pode abalar tudo aquilo que ele conhece. Enquanto uma contagem regressiva começa a ser contada no lado certo da ilha, uma estranha repórter chega ao solo bem cuidado da cidade, tendo como único objetivo acabar com o reinado soberano da fofoqueira mais amada/odiada do lugar.

O que eles não sabem é que, ao tirar a Gossip Girl (Kristen Bell) de cena, algo muito pior pode surgir em seu lugar. Resta saber se eles vão aguentar a nova leva de problemas ou sucumbir como sua pior inimiga.

Após uma temporada cheia de limitações e repetições de trama, Gossip Girl iniciava seu quinto ano, prometendo novos ares e um crescimento pessoal bem aplicado em sua jornada. É bem verdade que a serie criada por Josh Schwartz e Stephanie Savage já passava por dificuldades narrativas mas achou um meio primoroso de dar a volta por cima: zombando de si mesma.

É inegável o frescor trazido no início da temporada, trazendo acontecimentos marcantes enquanto apresenta todos os problemas da série de maneira satisfatória para os fãs. O uso propositadamente da literatura critica de Dan consegue atravessar as barreiras narrativas e se aproximar dos livros originais, satirizando escolhas questionáveis e as subutilizações de seus personagens para reverter a história.

Todos ali presentes avaliam suas representações, que condizem com a opinião pública sobre suas personas, e encaram seus próprio defeitos em uma jogada genial. Afinal, quem nunca achou a Serena egoísta e imatura, ou questionou a importância (ou falta dela) de Nate na história? Até mesmo as atitudes destrutivas de Chuck, que afasta a todos ao seu redor apenas para reafirmar aquilo que o mundo já sabe: ele é Chuck Bass!

Esse ponto narrativo abre inúmeras possibilidades, em um primeiro arco promissor que reaviva nosso interesse… o grande problema está na segunda metade da temporada, que peca completamente e retorna a plots sem criatividade e repletos de clichês. Mas falaremos disso depois.

A Primeira parte da temporada foca no casamento real de Blair, realizada com seu conto de fadas mas repleta de duvidas e incertezas. O crescimento da personagem, e a maneira como ela passa a ser inserida nos conflitos reais, traz uma dinâmica interessante que mostra que nem sempre o que queremos é realmente o que desejamos.

Blair começa a perceber que a vida real é muito mais complicada do que imagina, encarando reviravoltas escandalosas que demostram que seu sonho de princesa está mais próximo de um pesadelo. As intrigas da corte e armações reais trazem um constante avanço para a narrativa, além de desempenhar uma dúvida crescente que faz Blair perder um pouco da sua essência, o que torna sua jornada ainda mais interessante.

Sua constante dúvida sobre qual caminho seguir e seu relacionamento complicado com Chuck (e futuramente com Dan) a colocam no cerne da temporada, reavivando aquela personagem que tanto amamos durante esses anos. É em torno dela que um dos melhores episódios da temporada é construído: o centésimo episódio que se tornou um verdadeiro marco na série.

G.G. começa com um tom nostálgico, que nos remete ao início da jornada, reestruturando tudo aquilo que amamos de um modo plausível para o que nos é mostrado. Tudo aqui é proposital, trazendo um episódio atemporal que nos enche de felicidade e nos relembra tudo aquilo que amamos na serie.

É aqui que temos o brilhante retorno de Georgina (Michelle Trachtenberg), que volta a suas raízes para fazer aquilo que sempre é esperado: causar o caos na terra. Sua presença magnifica e seus planos diabólicos alimentam ainda mais a trama em cenas divertidas e maldosas, que mostram que, quando bem utilizada, pode ser magnificas.

A primeira metade ainda nos apresenta a detestável Diana Payne (Elizabeth Hurley) e traz de volta o enredo de Charlie/Ivy (Kaylee DeFer), que se vê sugada mais uma vez para a loucura da elite. A primeira movimenta o jogo com seus atos, trazendo uma evolução para Nate e entrando em conflito direto contra a Gossip Girl, o que proporciona um dos momentos mais memoráveis da trama: afinal, quem imaginou que a fofoqueira poderia ser derrotada algum dia?

Já Ivy se vê obrigada a viver seu papel mais uma vez, abraçando uma família que não é sua enquanto assiste o círculo se apertar em volta de sua mentira. Estranhamente, a Usurpadora ganha nossa simpatia, mesmo fazendo algo terrível, ela realmente se importa com aquelas pessoas (mas quem nunca fez algo ruim nessa serie, não é mesmo?).

Mas, é quando a GG desparece do radar e ganha uma nova dona que as coisas começam desandar. A segunda metade foca nessa constante mudança de donos para o site, o que até inicia um dilema interessante, mas que acaba se tornando enfadonho e repetitivo. O sumiço da blogueira traz uma leva de atos destrutivas, que coroe aqueles que põem a mão em seu domínio e sucumbem ao poder ali contido. Afinal, ser onipresente e ter um conhecimento vasto e cru sobre os outros pode ser tão venenoso quanto ser alvo das maldades ali presentes.

A série começa a esquecer aquilo que construiu e entrar, mais uma vez, no modo automático. Repetindo os mesmos erros e criando finais abruptos para suas narrativas. É aqui que um dos casais mais detestados pelos fãs é formado, entrando apenas para criar ciúmes desnecessários em um relacionamento sem qualquer química. Nessa parte encontramos o deterioramento do casamento de Rufus (Matthew Settler) e Lily (Kelly Rutherford) apenas para movimentar suas trama.

Entre altos e baixos, a quinta temporada de Gossip Girl consegue sim ter momentos inspirados e divertidos. Construindo uma penúltima temporada promissora que possui seus erros mas não deixa de nos lembrar o quanto amamos a serie. Afinal, chegamos até aqui, e estamos dispostos a conhecer o que nos aguarda no fim do caminho. A pergunta é se estamos realmente preparados para isso.

“Eu fiquei só planejando o meu retorno. Então, se eu fosse vocês, tomaria cuidado… porque a nova Gossip Girl vem ai. E quem será meu primeiro alvo? É melhor rezarem para que eu não estar escrevendo sobre vocês.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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