Creepygeek | Como Eu Nunca Suspeitei Daquela Professora?

As vezes o mal pode vir do lugar que você menos espera, já pensou o que pode estar acontecendo com seu filho na escola? Já pensou no que a professora pode estar ensinando ele? E se de repente ela estiver colocando seu filho em risco? Cuidado sempre, as vezes a professora do seu filho pode ser uma psicopata disfarçada.


 

Sempre fui um pai atencioso com meu filho, Carlos. Desde que ele era pequeno batalhei muito para ter condições de proporcionar as melhores experiências para ele, sempre procurei leva-lo para passear, tirei tempo para ficar com ele e coloquei ele numa boa escola. Carlos está na terceira série, e foi quando a uma nova professora chegou na escola, a Professora Wilma. Senti receio quando soube da troca de professoras, a professora anterior precisou se afastar por ter sofrido um acidente que a obrigou a se aposentar, mas será que Carlos conseguiria se adaptar bem a essa mudança? Será que ele sentiria falta da antiga professora? Estavamos no meio do ano e eu sabia que Carlos poderia já ter se afeiçoado à antiga professora, mas segui me dedicando a ser o melhor pai possivel, dando total suporte para meu filho passar por essa fase. Toda noite Carlos chegava em casa com uma nova atividade, como já era costume eu separava um tempo para ajuda-lo a responder as questões e fortalecer nossa relação pai e filho, mas fiquei um pouco pensativo sobre as atividades da Professora Wilma, era como se ela tivesse fazendo atividades fáceis demais para aquela turma, talvez fosse uma estrátegia para que os alunos se adaptem a ela ou que eles consigam fazer a transição com mais facilidade.

O tempo foi passando e as atividades cada vez mais bestas, alguns meses depois, provavelmente as crianças já tinham se acostumado com a Professora Wilma, as vezes o Carlos até falava das atividades empolgantes que fez na sala, mas as atividades de casa pareciam simples demais. Desenhar sua familia, pintar desenhos de florestas, treinar caligrafia reescrevendo frases, contar passos até a escola, falar sobre a vizinhança, tudo tão besta, quando ela vai começar a realmente fazer atividades que realmente se encaixem na série do meu filho? As atividades começaram a ficar tão fáceis que meu filho resolveu me pedir para começar a fazer suas tarefas sozinho, eu resolvi deixar apesar de sempre observar se ele estava respondendo tudo, ficava vendo ele em seu caderno pintando, desenhando, respondendo, ficava cada dia mais orgulhoso com a independencia de Carlos, mesmo que ainda ficasse em dúvida sobre as estrátegias da Professora Wilma.

Aos poucos comecei a notar que algo estava mudando em Carlos, ele começou a chegar em casa menos empolgado, ficar mais calado. Me preocupei se ele não estava sofrendo bullying ou tendo algum problema na escola, liguei para a diretora e ela me informou que não estava sabendo de nada. Mas a animação de Carlos foi sumindo. Numa certa noite resolvi puxar conversa sobre o assunto, perguntei se tinha acontecido alguma coisa, por que ele estava tão chateado, ele me falou que nada tinha acontecido, que era só cansaço pois as atividades estavam ficando mais dificeis. Perguntei a Carlos se ele precisava de ajuda, se ele não queria que eu ajudasse na tarefa daquela noite, e ele imediatamente respondeu que naquela noite não tinha tarefa. Fiquei achando estranho, me perguntando se meu filho não havia parado de fazer as tarefas e estava ficando rebelde. Ele se recolheu em seu quarto e fechou a porta, ficou lá trancado e fiquei um pouco mais pensativo. Carlos não costumava ficar de porta fechada, pelo menos não até alguns meses atrás. Eu e minha esposa resolvemos deixar Carlos em paz, ficamos vendo TV e, antes de dormir, resolvi ir até o quarto dar boa noite a meu filho. Quando entrei no quarto percebi que ele já estava dormindo, deitado sobre seu caderno aberto, provavelmente ele estava fazendo a tarefa que não quis minha ajuda e adormeceu.

Resolvi acorda-lo com cuidado para que ele fosse para a cama, mas quando cheguei perto acabei vendo a tarefa que ele estava respondendo: Eu sentiria falta dos meus pais se não morasse mais com eles?, eu fiquei em choque com a pergunta, por que a Professora Wilma estava tratando de um assunto tão complexo com crianças de cerca de 10 anos? Que tipo de aula ela está dando? Apesar de ter ficado sem reação, resolvi continuar lendo para ver até onde aquilo ia, foi quando vi a resposta que Carlos escreveu: “Eu sentiria muita falta da minha mãe e do meu pai, eu os amo muito e eles sempre me ajudam em tudo. Adoro o tempo que passo com eles e jantar toda noite na mesa com eles, mas eu provavelmente seria capaz de amar outra pessoa tanto quanto amo eles se eu precisasse, assim como aprendemos na aula de hoje.”. A ultima frase fez minha espinha gelar, mais duro quanto a pergunta foi a resposta que Carlos escreveu, parecia uma conclusão tão adulta que não parecia ser algo que meu filho tinha escrito. Qual era o proposito da Professora Wilma tratando sobre esses assuntos? O que ela tinha falado na aula para despertar esses pensamentos em Carlos? Que tipo de aula essa professora está dano para essas crianças? Depois de muito pensar, resolvi não contar sobre o que vi à minha esposa, ela iria ficar muito preocupada, e com razão. Decidi que a melhor forma de resolver seria confrontar a Professora Wilma, eu iria na escola no dia seguinte para perguntar diretamente a ela sobre o que estava acontecendo.

No dia seguinte fui com Carlos para a escola, como era de costume, mas ao inves de deixa-lo na porta fui até a sala com ele, foi lá que encontrei a Professora Wilma sentada, esperando os alunos chegarem. Quando ela me viu abriu um sorriso, ela foi extramente simpática, me cumprimentou, quase duvidei que aquela mulher tão doce pudesse ser a mesma professora que fez aquela tarefa bizarra para meu filho. Professora Wilma me perguntou se eu queria saber alguma coisa sobre Carlos, que a diretora contou que eu liguei e que não sabia de nada que pudesse deixar meu filho com aquela frustração que eu havia descrevido. Depois de muito me deter, resolvi soltar a pergunta que tanto tive medo, contei que estava curioso sobre a lição de casa que ela passou no dia anterior, que achei estranho perguntar sobre o quanto eles sentiriam falta dos pais. Contei à professora que estava preocupado por ter achado uma pergunta muito pertubadora para fazer a um grupo de alunos da terceira série, e que percebi que na resposta de Carlos ele comentou sobre o que aprendeu na aula, algo que eu achei estranho para uma aula comum. Nesse momento ela deu um pequena risada, como se o que eu tivesse falado não fizesse sentido, como se ela não achasse anormal essa atividade, e me respondeu “Ah, é isso que te preocupa? Eu só estava ensinando sobre como os pais são capazes de amar e proteger os seus filhos, mas também sobre a possibilidade de eles terem outras pessoas que podem ajuda-los se eles precisarem”.

A resposta não me deixou satisfeito, mas naquele momento o sinal tocou e um grande grupo de crianças se direcionou à sala de aula. Todos vinha seguindo o corredor em fila, por conta própria, eles entraram na sala e, um por um, cumprimentaram a Professora Wilma antes de se sentar, todos sentando de forma ereta e com um olhar fixo em direção à professora, com um olhar atento, um grupo de alunos bastante comportados… Comportados até demais. Naquele dia fui trabalhar com aquela tarefa martelando na minha cabeça, falei com meu chefe para largar mais cedo e ter tempo de buscar Carlos na escola. Cheguei antes do horario de largada, quando o sinal tocou eu observei dezenas de crianças saindo correndo e gritando portão afora, mas algo se destacou. Uma turma saindo em silência, em fila… Era a turma da Professora Wilma, da qual meu filho fazia parte. Isso soou pertubador para mim, não parecia que aquelas crianças estavam normais. Carlos veio em silêncio até o carro, entrou e sentou ao meu lado em silêncio. Perguntei se estava tudo bem, mas ele respondeu apenas “Sim”. Fomos para casa com Carlos em silêncio o caminho todo, assim que chegamos ele foi direto para o quarto e fechou a porta, estava claro que alguma coisa estava errada, eu só não sabia o que era. Esperei minha esposa chegar em casa e contei tudo que aconteceu a ela, ela ficava ouvindo, mas eu percebia que ela ficava cada vez mais preocupada a medida que meu relato avançava. Ela decidiu ir conversar com ele, ver se conseguia descobrir alguma coisa a mais, e eu concordei. Ela entrou no quarto de Carlos, eu fiquei esperando na sala eles conversarem.

Poucos minutos depois Carlos saiu do quarto com seu caderno na mão, ele estava sorrindo e falou “Papai, você pode me ajudar com a minha lição de casa?”, concordei na hora, imaginando que era uma reação da conversa que ele teve com a mãe. Ele me entregou o caderno e eu abri, lendo a tarefa de casa daquela noite: Encontre a melhor maneira de injetar anestesico nos seus pais. Eu mal termini de ler a frase e senti uma pontada em meu pescoço, comecei a ficar zonzo e me virei vendo apenas o meu filho com um olhar vazio no rosto e uma seringa na mão antes de tudo sumir e eu desmaiar. Não sei quanto tempo fiquei dormindo, mas acordei escutando os gritos e o choro da minha esposa, corri até o quarto de Carlos e a encontrei bradando “ele se foi, nosso filho se foi!”, logo depois vi uma marca de agulha em seu pescoço e percebi que ele também tinha dopado ela. Imediatamente, ainda um pouco zonzo, peguei o telefone e liguei para a policia, os policiais me alertaram que iriam a minha casa e iniciariam uma busca por Carlos. Quando desliguei o telefone percebi que já eram 10 horas da manhã, resolvi ligar para a escola para saber se Carlos estava lá, a moça que atendeu não parecia surpresa com a pergunta, mas estava muito assustada com a resposta que me deu, ela confirmou que Carlos não estava na escola, depois comentou que nenhum dos alunos da terceira série foi para a aula naquela manhã, o que era estranho já que nem a Professora Wilma apareceu naquela manhã para trabalhar. Já faz um mês que Carlos está desaparecido, conversamos com os pais das outras crianças e todos contam a mesma história, foram dopados pelos seus filhos na noite em que eles sumiram. Toda a cidade está buscando o paradeiro das crianças, e todos estão tomados pelas mesmas perguntas.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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