Crítica | Rivais (Challengers)

Nota
4

Acostumada com os holofotes desde a adolescência, a jovem estrela do tênis Tashi (Zendaya) agora se vê como treinadora do seu marido Art Donaldson (Mike Faist), que não tem mais tanto sucesso quanto tinha há anos atrás, especialmente depois de deixar sua dupla do tênis Patrick Zweig (Josh O’Connor). Numa tentativa de tentar motivar novamente o seu marido, Tashi o inscreve em um torneio menos profissional, mas eles não esperavam encontrar com o Patrick novamente, o que vai remexer várias memórias desse casal. Com essa proposta provocadora e cativante, o diretor Luca Guadagnino traz o seu novo filme, Rivais.

Dos diversos filmes no currículo do diretor Luca Guadagnino, alguns deles se destacam, como romance amado por muitos Call me by your name (2017) e o terror super conceitual de Suspiria (2018), mas algo que une todos os trabalhos do diretor é como todos os detalhes do filme ajudam a contar sua história. Rivais é um romance recheadíssimo de drama, que consegue reunir toda a atmosfera romântica de Call me by your name com o suspense de Suspiria, fazendo essa proeza com um trabalho incrível do jogo de câmeras, que surpreendem desde o início do longa com cenas em câmera lenta, e também em diversas cenas das partidas de tênis onde há sempre um ângulo diferente a cada cena. Outro aspecto em que Rivais surpreende é nas suas paletas de cores. Com tantos filmes dessaturados no mercado, seria comum ver um drama romântico bem acinzentado ou com pouquíssimas cores, ao invés disso o diretor abusa de vermelhos e azuis bem vivos inclusive nas suas cenas de maior impacto.

Muito querida pela indústria e por seus diversos fãs, Zendaya tem uma performance boa. Vivendo uma personagem em duas fases da vida com 13 anos de diferença entre elas, ela convence mais como a Tashi jovem do que como a Tashi “madura”. Dá para ver que a atriz se esforçou para tentar fazer a distinção das fases destoantes da personagem, principalmente nas cenas mais dramáticas onde sua atuação permanece ótima, mas ainda assim não transpareceu uma diferença muito grande. Já os seus dois parceiros de cena, Mike Faist e Josh O’Connor, não têm nuances entre suas duas fases, o que para o Josh faz bastante sentido pelo Patrick realmente se mostrar muito imaturo, mas para o Mike Faist apenas um corte de cabelo não faz tanta diferença assim para amadurecer um personagem. 

Rivais na verdade teria todos os elementos para dar muito errado, já que seu roteiro no fim das contas é bem simples e a direção não puxa tanto dos atores o desenvolvimento que os personagens precisam ter, mas o que afinal dá certo no filme? Onde o diretor peca em manter seus atores numa performance monótona, como em Call me by your name, ele acerta no ritmo e disposição das cenas. Atrelada a fotografia do filme, a trilha sonora faz um papel importantíssimo em cativar a atenção do espectador em momentos cruciais da trama, dando um ar de suspense em um simples filme de romance.

Rivais, estrelado por Zendaya, é um romance instigante, que prende a atenção do começo ao fim. Com uma fotografia, trilha sonora e edição impecáveis, o diretor de Call me by your name, Luca Guadagnino consegue superar sua estética evoluindo os aspectos que já fazia seus filmes serem tão aclamados, mesmo mantendo alguns aspectos de sua direção que não eram bem sucedidas mesmo em filmes aclamados. Estreando no dia 25 de abril, Rivais promete cativar seus espectadores com uma trama sexy e com uma competição que vai além dos esportes.

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

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