Nota
O novo filme de Steven Spielberg traz Meryl Streep no papel de Kat Graham, a dona do jornal Washington Post, prestes a fechar um negócio que garantirá a rentabilidade do jornal, tentando em paralelo, firmar sua opinião entre seus sócios e investidores. Tom Hanks é Ben Bradlee, editor-chefe do Washington Post com personalidade forte e em uma luta constante para garantir a qualidade e do jornal. Quando o New York Times começa a publicar documentos extraídos dos estudos de Robert MacNamara (Bruce Greenwood) sobre as reais motivações para a atuação do exército norte-americano na Guerra do Vietnã, o presidente Richard Nixon resolve processar o jornal e impedir que esse tipo de informação chegue a público. Os acontecimentos fazem com que os documentos cheguem as mãos de Ben Bradlee, e a decisão de ir de encontro ao Estado em prol da liberdade de imprensa sobre a responsabilidade de Kat Graham.
Os filmes de Spielberg costumam seguir um formato bastante semelhante, sendo a construção dos momentos de tensão o ponto alto de seus trabalhos, The Post é mais uma prova disso, o longa desenvolve muito bem cada cena, fazendo o espectador se inclinar na cadeira à espera do próximo desfecho. Tenho um certo fascínio com cores e a palheta de cores escolhida é de um bom gosto exemplar, conferindo uniformidade ao filme.
Como já era de se esperar, Meryl Streep está apaixonante desde seus primeiros segundos de cena, sua personagem é desenvolvida gradativamente, crescendo a cada momento, é impressionante a capacidade dessa atriz de conferir verdade a seus personagens. Tom Hanks também entrega uma boa interpretação, um papel simples, mas muito bem executado. O elenco de apoio também não é de se ignorar, dentre eles Bob Odenkirk se destaca, vivendo Ben Bagdikian.
Impossível não comparar The Post com o vencedor do Oscar de 2016 Spotlight, a contar que os filmes possuem um argumento semelhante, com um desenvolvimento que acaba também se aproximando em alguns pontos. Mesmo assim, The Post não perde em nada sua importância, no que diz respeito a apontar para uma necessidade da luta constante por liberdade de imprensa. O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 1 de fevereiro.
Edu Vieira
Estudante de Museologia na UFPE, Cavaleiro Jedi, viciado em cinema, HQs, e coleções. Já gastou mais tempo de vida vendo séries que dormindo.
