Review | Jinn [Season 1]

Nota
3.5

Mira participa de uma excursão de sua escola para as ruínas de Petra, mas não é só aprendizado que ela acaba trazendo de lá. Mira escuta sussurros e acaba respondendo, isso faz com que ela acidentalmente invoque um Jinn, uma entidade mágica destinada a proteger seu invocador, é assim que ela acaba tendo que conviver com Kerasquioxian, um Jinn do bem que precisa de Mira para capturar uma Jinn do mal que se encontra na escola da jovem.

Jinn é a primeira série árabe da Netflix e a primeira série sobrenatural em língua árabe, e ela nos faz nos perguntar por que os árabes nunca tentaram fazer algo do tipo. O show foi criado pelo libanês Mir-Jean Bou Chaaya e pelos irmãos gêmeos Rajeev e Elan Dassani, com Chaaya atuando também como diretor e os Dassani assinando o roteiro. Mas o que se deve com certeza citar sobre a série de cinco episódios, que estreou em 13 de junho de 2019, é que seu maior defeito é a atuação.

De um lado temos Keras e Mira, buscando resolver todos os problemas, buscando proteger os jovens da escola, buscando encontrar a Jinn maléfica, do outro temos Vera, a Jinn do mal, e seu invocador, Yassin. Yassin vive com raiva, e parece que Vera se alimenta dessa emoção, ferindo e matando pessoas com a desculpa de estar protegendo seu invocador, mas a entidade possui todo um ar misterioso, com grandes motivações escusas e uma malicia velada. Já Keras parece fraco e incapaz, o garoto está caçando Vera mas parece ser cego, ele não enxerga quem é a Jinn e nem quem é seu invocador, por isso ele precisa da ajuda de Mira, que demora a acreditar na historia e mais ainda a entender quem pode ser o tal invocador e seu Jinn.

Como já falei, o grande problema do show é as atuações, Salma Malhas não consegue ter carisma no papel de Mira, aos poucos vamos perdendo a vontade de segui-la ou de torcer por ela; Já Hamzeh Okab, que vive Keras, não nos chama a atenção, ele se perde demais no personagem, apesar de possuir motivações misteriosas, ele não nos conquista, e tudo é ainda pior quando precisamos considerar a possibilidade de um romance entre Mira e Keras, que de fato não possuem a química necessária. Sultan Alkhail, que interpreta Yassin, não é um grande destaque na produção, ele acaba sendo ofuscado pelo resto do elenco, até as raras cenas do Hassan são suficientes para tirar todo o brilho do ator e de suas cenas;  Por fim temos Aysha Shahaltough, como Vera, a grande estrela do show, a atriz que deveria ser a vilã, e viver a personagem que devemos odiar, tem um força que inverte os sentimentos, nos faz torcer pelas suas maldades, nos faz desejar saber mais sobre ela, e nos faz querer que ela não seja derrotada.

Quando o assunto é o roteiro, vemos que a série consegue se sustentar bem, consegue explorar bem a mitologia Jinn e consegue nos envolver na trama de uma forma, literalmente, mágica, isso tudo se torna ainda melhor quando vemos os cenários, com as gravações acontecendo na Jordânia, nas cidades de Amã e Petra, contrastando sempre as modernidades da metrópole com a antiguidade das ruínas. A série se limita ainda mais por possuir apenas cinco episódios de cerca de 30 minutos, o que acaba prejudicando mais do que ajudando a trama, que precisa correr para construir sua base mitológica ao mesmo tempo que a explora.

Mas mesmo com todos os problemas, Jinn consegue despertar aquela curiosidade ao final de “Careful What You Wish For” (1×05), nos fazendo querer saber mais sobre o que irá acontecer a seguir, saber quais as consequências dos acontecimentos finais, e o que os Jinn são capazes de fazer. Ao final nos resta a esperança de uma segunda temporada, e de que as atuações melhorem, de mais episódios e de respostas para as milhares de dúvidas que ficaram no ar.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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